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Reestruturação ameaça funções e papel social da Caixa 

Linha fina
Sindicato cobra da direção instauração de mesa para debater os impactos na vida dos empregados
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Foto: Seeb-SP

Com argumentos como “alinhamento da Matriz com a Rede” e “garantia do padrão na execução das diretrizes corporativas”, a direção da Caixa prepara uma nova reestruturação que, se concretizada, irá extinguir funções, alterar a estrutura do banco e afetar seu papel social.

Segundo informações da direção do banco, a reestruturação reduzirá o número de Superintendências (Sure)  de oito pra seis (as Sure passarão a se chamar Superintendências Nacionais de Varejo – SUV). As superintendências regionais também serão reduzidas das atuais 84 pra 54. Em São Paulo serão reduzidas das atuais 18 para nove.

Dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e da Apcef/SP percorreram, nesta quinta-feira 23, todas as SRs da capital paulista, além da SR do ABC, para alertar sobre mais esse risco à Caixa e aos empregados.

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“É um desrespeito com os empregados, que estão bastante apreensivos com a notícia de mais uma etapa da reestruturação que vem sendo promovida desde 2016 e que já resultou no descomissionamento de centenas de empregados”, protesta  Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa). 

O Sindicato cobra da direção do banco a implantação de uma mesa para discutir os impactos resultantes da reestruturação e o respeito aos empregados. 

Importante frisar que a Caixa está apresentando essa reestruturação. Por isso, o Sindciato pede que os empregados dêem suas opiniões sobre as mudanças, que serão levadas à direção da Caixa, mantendo o sigilo dos bancários que opinarem. 


O resultado da reestruturação – que já vem sendo implantado desde 2016 –  é uma incógnita. Mas analisando este processo que visa a segmentação e a verticalização (priorização de clientes de rendas mais elevadas), e que prometia o fortalecimento da Caixa frente à concorrência, o que se verificou foi exatamente o contrário: o banco público perdeu mercado para os bancos privados. O Santander e o Itaú, por exemplo, ganharam espaço no mercado de crédito, com destaque para o empréstimo imobiliário.

Aliado a isso, o lucro da Caixa tem dependido cada vez menos das operações bancárias, como oferta de crédito, e mais da venda de ativos e de operações de tesouraria, como venda de títulos (ITVM), e comercialização de ações (Petrobras), ou com a imposição de um teto de gastos para o Saúde Caixa. 

A direção do banco também nega que a venda de ativos significa a privatização do banco. “Na verdade é uma sabotagem ao banco público, porque por um lado se cria uma narrativa de que a venda de ativos irá capitalizar o banco, mas por outro, se descapitaliza o banco passando para o Tesouro o capital adquirido com a venda de ativos, como o que a direção pretende com o IHCD”, alerta o dirigente.  

“Os empregados encaram um cenário de incertezas diante da sinalização de um novo aprofundamento da reestruturação que, ao que tudo indica, irá resultar em mais descomissionamentos e em um encolhimento ainda maior da Caixa. É fundamental que os trabalhadores se posicionem sobre o processo e se mobilizem”, afirma Dionísio.

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