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Chapéu
irresponsabilidade

No pico da pandemia, direção da Caixa expõe trabalhadores a riscos

Linha fina
Reforçando negacionismo do governo frente à pandemia, gestão de Pedro Guimarães está obrigando gerentes PJ a visitarem clientes, e convocando empregados de áreas meio a abandonarem o home office; Sindicato vai cobrar superintendentes e orienta que empregados denunciem à entidade
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Arte: Marcio Baraldi

Em um momento em que a curva de contaminações e mortes em decorrência da covid-19 está aumentando ainda mais, a gestão da Caixa está obrigando os gerentes PJ a visitarem os clientes, tendo como meta o número de visitas. 

O Sindicato vai se reunir com todos os superintendentes da Caixa em São Paulo para cobrar o fim destas visitas, entre outras questões. Os gerentes que forem obrigados a realizar visitas à empresas devem denunciar à entidade. As denúncias serão levadas à gestão da Caixa, e as identidades dos empregados serão mantidas no mais absoluto sigilo. Veja canal de denúncias abaixo. 

Direção da Caixa convoca empregados para retorno ao trabalho

Além de obrigar gerentes PJs a fazerem visitas presenciais, cobrando metas para esta tarefa, a gestão da Caixa também está convocando empregados das áreas meio CIACV e CIGAD para voltarem ao trabalho presencial.

“Todas as áreas em home office estão produzindo, algumas até mais do que quando estavam no regime de trabalho presencial. Qual a necessidade de, em pleno aumento dos casos de contaminações e mortes em decorrência da covid-19, sujeitar ao vírus estes empregados que não têm a menor necessidade de trabalhar presencialmente?”, questiona a dirigente sindical e empregada da Caixa Tamara Siqueira. 

“A única explicação para que a direção da Caixa exponha os empregados do banco a maiores riscos de contaminação em meio à uma pandemia é agradar o governo federal, que desde o início tem adotado uma postura negacionista e que não fornece políticas públicas eficazes contra a crise social, ou perspectiva de vacina para a Covid-19, que já matou mais de 200 mil e contaminou mais de 8 milhões de pessoas no país”, afirma Tamara. 

Diante da decisão, que foi apenas comunicada verbalmente aos empregados, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Apcef/SP enviaram ofício à direção da Caixa cobrando explicações e a suspensão da medida.

“Ressaltamos que, após julgamento do Superior Tribunal Federal (STF), a Covid-19 passou a ser considerada doença do trabalho. Os administradores da empresa podem ser responsabilizados caso empregados ou familiares sofram com os efeitos da Covid-19, conforme prevê a Lei 2.848/40”, ressalta trecho do ofício. 

Como sempre, as decisões da direção da Caixa que envolvem riscos aos bancários em face da pandemia, não são formalizadas. Já não é a primeira vez que a gestão do banco convoca empregados em home office para o retorno presencial. 

Quando isto ocorreu anteriormente, o Sindicato dos Bancários e a Apcef/SP conseguiram reverter estas convocações ao orientarem os empregados a cobrarem dos gestores uma formalização por escrito da ordem de retorno presencial. 

“É importante ressaltar que home office não é privilégio, é uma necessidade que permite manter mais pessoas em isolamento social, impedindo uma circulação ainda maior do vírus. Mesmo que indiretamente, quanto menos pessoas nas ruas e locais de trabalho, menor a chance de as contaminações aumentarem. É uma questão de saúde coletiva”, afirma Tamara. 

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