São Paulo – A saúde dos bancários é pauta permanente e prioritária do Sindicato. Visando intensificar ainda mais a luta por melhores condições de trabalho, a campanha Menos Metas, Mais Saúde está sendo relançada pela representação dos trabalhadores. O primeiro movimento desta segunda edição é o seminário Práticas organizacionais, saúde e condições de trabalho bancário no capitalismo em crise, marcado para a terça-feira 28, Dia Internacional de Combate às LER/Dort, na sede da entidade.
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“Faz-se urgente melhorar as condições de trabalho dos bancários, com o fim da pressão e do assédio moral. É por isso que vamos intensificar nossa campanha para levar a insatisfação da categoria à mesa de negociação e pressionar os bancos a mudar essa situação”, diz a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
O seminário está marcado para começar às 9h e vai até as 17h. A palestra da professora Nise Jinkings abre os debates. Socióloga com doutorado pela Unicamp, Nise é autora de dois livros cujo tema é saúde bancária: O mister de fazer dinheiro: automatização e subjetividade no trabalho bancário (Boitempo Editorial) e Trabalho e resistência na “fonte misteriosa”: os bancários no mundo da eletrônica e do dinheiro (Editora da Unicamp/Imprensa Oficial SP). À tarde, serão discutidas as metas de produtividade no setor automobilístico e farão parte da mesa os integrantes do Comitê Sindical de Empresa (CSE) da Mercedes Benz, Aroaldo Oliveira da Silva, Wagner Luiz de Freitas e João dos Santos Souza. A ideia é promover uma troca de experiência com esses trabalhadores.
Pressão – Um estudo inédito realizado pelo Sindicato em 2011 mostra que assédio moral e pressão por metas são as queixas mais frequentes dos trabalhadores, sendo o estresse o maior problema citado por 65% dos entrevistados. Cansaço, dificuldades para relaxar e fadiga também foram apontados por cerca de metade dos bancários ouvidos.
“A pressão a que os bancários são submetidos diariamente pelas instituições financeiras – como forma de obrigá-los a cumprir metas abusivas – é apontada pelos empregados como sinônimo do trabalho bancário”, acrescenta Juvandia.
Epidemia – A categoria bancária é uma das que mais apresenta doenças ocupacionais, tanto mentais quanto físicas. Números do INSS mostram que, de 2005 a 2008, 1.489 bancários receberam auxílio-doença por incapacidade causada por doenças do sistema musculoesquelético. Apesar de alto, esse total está aquém da realidade já que não são computados os que continuam trabalhando, mesmo doentes, nem os que têm o benefício negado. Além disso, doenças como estresse e depressão assumem níveis epidêmicos entre os trabalhadores do ramo financeiro.
Redação – 27/2/2012
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Debate na sede do Sindicato marca intensificação da luta da categoria por melhores condições de trabalho
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