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Fim das portas de segurança preocupa parlamentares

Linha fina
No MB em Debate, Juvandia Moreira cobrou compromisso de trabalhar com base aliada para derrubar veto e fazer valer lei em São Paulo
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São Paulo – A retirada das portas de segurança continua em destaque na pauta do Sindicato e foi tema do programa Momento Bancário em Debate exibido na noite da quinta-feira 23, ao vivo pelo site do Sindicato.

A presidenta Juvandia Moreira recebeu o deputado estadual e ex-presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, e o vereador de São Paulo Antônio Donato (ambos do PT) para debater o assunto. A dirigente cobrou dos parlamentares projetos de lei para combater o problema causado pelos bancos e mostrou preocupação com o possível aumento no número de roubos após a retirada do equipamento.

Marcolino lembrou que foi feito um acordo com o Itaú na década de 90 pela instalação das portas em todas as agências e disse que na época o banco até fez uma campanha publicitária reforçando a importância desse equipamento para a segurança de bancários e clientes. “O que havíamos conseguido foi fruto de negociação. O que o Itaú está fazendo é um equívoco já que foi feito um acordo e havia um cronograma de instalação das portas. Agora é preciso bater no acordo firmado porque ele não pode ser desrespeitado”, disse o deputado estadual.

Marcolino reforçou que em 2008, época em que estava à frente do Sindicato, foi aprovado na Assembleia Legislativa projeto de lei que obrigava a instalação de portas de segurança em todo o estado, mas vetado pelo então governador de São Paulo, José Serra, com o argumento de que era competência do município. O prefeito Kassab, à época, após assumir compromisso com a categoria voltou atrás e também vetou o projeto. “Neste momento, é hora de unir forças entre o Sindicato, a Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores para pressionar e tentar derrubar o veto do governador e fazer vigorar a lei dos biombos, já aprovada, para dar ainda mais segurança para bancários e clientes.”

Derrubar veto – O vereador Antônio Donato defendeu a ação do Sindicato e disse que na Câmara há uma lei aprovada, mas não sancionada, e ressaltou que com um apoio de 28 votos é possível derrubar o veto. “A base do governo atual na Câmara é muito forte e acredito que os vereadores não vão querer votar contra o prefeito. Mas, neste ano haverá eleição municipal e os eleitores precisam votar em candidatos que tenham esse assunto na pauta para que se possa, no próximo mandato, derrubar o veto e fazer valer a lei.”

Processos – A polêmica retirada das portas de segurança caiu em evidência novamente em 9 de fevereiro, quando os bancos assumiram em reportagem da Folha de S.Paulo que a retirada do equipamento foi motivada pelo grande número de ações judiciais por danos morais movidas por clientes que têm sofrido dificuldades no acesso às unidades bancárias. No entanto, muitos clientes são favoráveis à manutenção dos equipamentos.

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Mortes – Segundo levantamento da Contraf-CUT e da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), 49 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo o país. Um aumento de quase 20% em relação a 2010. Além disso, o descaso das instituições financeiras com os usuários das agências é tão gritante que, em dezembro de 2011, a Polícia Federal multou dez bancos em R$ 1,258 milhão por descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e normas de segurança, durante a 92ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp) do Ministério da Justiça, em Brasília. Santander, Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Caixa Federal foram os mais punidos.

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Elenice Santos - 27/2/2012

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