São Paulo – A utilização de casas lotéricas como extensão de agências bancárias está refletindo no aumento da violência. Usuários dos estabelecimentos conveniados com a Caixa Federal estão sendo vítimas de assaltos cada vez mais com frequência.
Em 2011, de acordo com reportagem divulgada pelo Jornal da Tarde, foram 210 ataques a lotéricas, sendo que 71 foram caracterizados como “saidinha”, quando o cliente sai do estabelecimento e é abordado pelo ladrão.
Ainda segundo a reportagem, a maioria dos registros está concentrada na zona sul da capital.
O aumento de ataques não surpreende o Sindicato, nem especialistas em segurança. A vulnerabilidade das casas lotéricas com falta de vigilante e de porta giratória, entre outros itens de segurança, facilita a ação de bandidos. É o que afirma o consultor de segurança Nilton Migdal. Em entrevista ao JT, ele explica que as lotéricas têm funcionado como uma extensão dos bancos, onde as pessoas fazem saques e pagam contas. Isso, segundo ele, desperta cada vez mais a atenção de bandidos, principalmente porque não existem seguranças armados como nos bancos.
O diretor do Sindicato e membro da Ccasp (Comissão Consultiva de Assuntos de Seguranças Privadas), Daniel Reis, faz uma crítica aos bancos, que estão cada vez mais incentivando os clientes a usar esses canais de atendimento. “A facilidade encontrada pelos criminosos reflete no aumento desse tipo de crime. Essa conta também pode ser jogada nas costas dos bancos que jogam as pessoas a utilizar esses serviços mesmo sabendo da total falta de segurança”, afirma o dirigente.
Carlos Fernandes - 2/2/2012