São Paulo – Com a temperatura ultrapassando os 30ºC diariamente em São Paulo, o bancário não vê alternativa senão denunciar os casos de aparelhos de ar-condicionado quebrados no local de trabalho. Desde o início do ano, o Sindicato já registra 108 ocorrências deste tipo. Foram 70 registros em janeiro e 38 somente na primeira semana de fevereiro.
O movimento em muitas agências bancárias é intenso durante todo o expediente, das 10h às 16h, horário em que o calor mais castiga os trabalhadores e também os clientes. Na terça-feira 4, as interdições ocorreram em unidades do Itaú na Alameda Nothmann e do Largo Santa Cecília, área central da cidade. “O problema na Alameda Nothmann foi resolvido nesta quarta, mas a agência do Largo Santa Cecília continua com problemas na circulação do ar e a temperatura continua quente no local. Já cobramos o banco e a unidade continua fechada”, relata o diretor do Sindicato Antonio Alves, o Toninho.
Antes das 10h, a agência do Itaú da Rua São Bento (foto) já estava fechada pelo Sindicato. “Entramos em contato com o banco e um técnico foi enviado para tentar o conserto. Não vamos abrir a agência enquanto não resolverem”, alertou o diretor do Sindicato Francisco Cezar, o Cezinha.
Públicos e privados – O desafio do Sindicato na luta por condições de trabalho é em todos os bancos. No dia 30 de janeiro uma agência da Caixa Federal também foi fechada na zona leste por falta de ar-condicionado e outros problemas na estrutura, como o elevador que não funciona. Diversas unidades do Banco do Brasil tiveram as atividades paralisadas em todas as regiões da cidade no primeiro mês do ano e os casos foram debatidos em reunião com o banco.
Agências do Santander foram fechadas, uma no dia 29 e outra no dia 30 de janeiro. Ambos os casos tiveram solução após interferência do Sindicato. A agência central do Bradesco, na Rua 15 de Novembro, também foi fechada em janeiro até que o aparelho fosse consertado.
Mais saúde – A secretária de Saúde do Sindicato, Marta Soares, alerta que o clima abafado nas agências que apresentam problemas no ar-condicionado já causou desmaios de clientes e os bancários também passam mal.
Ela cita como exemplo a agência do Itaú da Alameda Nothmann: “O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado na terça-feira 4. Pessoas mais velhas e gestantes são as principais vítimas desse descaso dos bancos. Enquanto o termômetro marca 34ºC a sensação térmica é de um calor ainda maior.”
Para Marta, é inadmissível que os bancos, que vêm batendo novos recordes de lucro, não resolvam empecilhos como esse na estrutura das agências. “Queremos investimento em condições de trabalho, em saúde e em qualidade de vida do bancário, sem medidas paliativas, mas garantia de que no próximo verão o pesadelo do ar-condicionado quebrado não voltará”, conclui a dirigente.
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Gisele Coutinho – 5/2/2014
Linha fina
Sem manutenção, aparelhos são consertados somente após fechamento de agências. Já foram 108 denúncias em menos de dois meses
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