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Processo multimilionário contra o Banco do Brasil

Linha fina
Ação foi movida por empresa proprietária do terreno contaminado para onde seriam transferidos bancários; para Sindicato, processo pode comprometer saúde e credibilidade financeira da instituição
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São Paulo – O Banco do Brasil está sendo processado pela empresa proprietária do imóvel para onde o banco pretendia transferir cerca de 2 mil funcionários, no bairro da Lapa. A denúncia que chegou ao Sindicato informa que a punição pode chegar a R$ 300 milhões. A entidade está apurando o valor, mas já tem confirmação de que a ação está em andamento.

O terreno era de propriedade da multinacional alemã Siemens e seu subsolo e águas subterrâneas estão contaminados por substâncias tóxicas e cancerígenas como metais, solventes halogenados e PCVs, da época em que o imóvel abrigava instalações industriais. A empresa, inclusive, foi autuada pela Cetesb por não realizar todos os procedimentos legais exigidos.

Luta – Para impedir a transferência dos funcionários, o Sindicato realizou uma série de manifestações como protestos, coletas de assinaturas de comerciantes contrários à mudança de centenas de bancários do Centro. Também buscou a colaboração do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT) para intermediar reunião na Cetesb – ocorrida em abril e que confirmou a contaminação.

Em maio, a denúncia do Sindicato forçou a administração da Cenop Logística e da Genop a dar explicações ao Ministério do Trabalho.

No dia 12 de julho, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, reuniu-se com a Dinop reivindicando o cancelamento da transferência. Na ocasião, o diretor do banco Sandro Franco confirmou a suspensão do aluguel. A luta dos bancários capitaneada pelo Sindicato forçou o BB a cancelar a contratação do aluguel, que custaria R$ 1,8 milhão por mês.

> BB: Cetesb confirma que terreno está contaminado
> Sindicato volta a cobrar permanência no centro

Irresponsabilidade – O diretor executivo do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil Ernesto Izumi ressalta que a escolha do imóvel partiu da Cenop Logística, cujo gerente-geral é o funcionário Leonel Prado de Moraes.

“Em reunião realizada em dezembro de 2012 entre o Sindicato e o banco, o Leonel e um gerente de área da Cenop, garantiram QUE os trabalhadores não seriam transferidos para qualquer imóvel que pudesse trazer algum risco. Mas o que vimos foi a confirmação de que o imóvel contaminado foi escolhido, e na época não foram verificados todos os problemas de documentos e segurança, pois na época da contratação ainda não havia alvará da Prefeitura" comenta Ernesto.

O dirigente acrescenta que, após a escolha do imóvel pela Cenop, a responsabilidade pelo processo foi transferida para a Genop, cujo gerente-geral era José Rogério Alvarenga do Vale.

“Continuamos a pressionar e no final tínhamos razão, tanto que o banco cancelou o aluguel. Agora aparecem desdobramentos, o banco está sendo processado em mais de R$ 300 milhõeS e isso é uma ameaça ao banco público que defendemos. Também há boatos de processos disciplinares, e na auditoria em andamento.”

Ernesto avalia que a decisão de alugar o imóvel colocou em risco a saúde dos funcionários e do banco. “Os responsáveis têm de ser ouvidos e têm direito a defesa, como qualquer funcionário deve ter, mas se houver irregularidade, esperamos que o assunto não seja varrido para debaixo do tapete”, cobra o dirigente.


Rodolfo Wrolli – 13/2/2014

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