São Paulo – Mais um dia de temperaturas recordes do verão paulistano forçou o Sindicato a fechar diversas agências devido a problemas nos aparelhos de ar-condicionado. Somente na Caixa, ações em conjunto com a Apcef (associação de funcionários) paralisaram quatro unidades nesta sexta-feira 14, evidenciado a falta de atenção à infraestrutura do banco. Santander e Itaú completaram a lista, com uma agência paralisada cada.
Até quinta-feira 13, o Sindicato havia recebido 208 denúncias de agências sem ar-condicionado em sua base este ano.
A movimentada agência da Caixa localizada na Avenida Rio das Pedras, em Aricanduva, já possui histórico de problemas no sistema de refrigeração, tanto que no dia 20 de janeiro o Sindicato teve de paralisar a unidade. Os representantes do banco se comprometeram, então, a achar solução em oito dias.
“Passaram-se 24 dias e nada”, critica o diretor executivo do Sindicato Kardec de Jesus. “Hoje novamente paralisamos a agência levando o banco a enviar uma equipe de técnicos, que consertaram os aparelhos parcialmente”, explica o dirigente, acrescentando que a Caixa se comprometeu a reparar o sistema até sexta-feira 21. “Se não resolverem, haverá nova paralisação”, garante Kardec.
Clínicas – Os empregados da agência Clínicas, da Caixa, também paralisaram suas atividades. Houve reunião entre bancários, dirigentes e representantes do banco. Kardec avalia que a falta de contratação de pessoal responsável pela manutenção está acarretando um caso crônico de problemas de infraestrutura das agências.
“O calor excessivo evidencia o problema, que se mostra cada vez mais sério, e se a Caixa não apresentar uma solução real, teremos de fazer grandes paralisações em um número cada vez maior de agências”, ameaça Kardec.
Vila das Mercês – O Sindicato também esteve na agência Vila das Mercês, na zona sul, onde representantes da Caixa se comprometeram a instalar splits (aparelhos internos de ar-condicionado) na próxima semana. “O Sindicato vai acompanhar o caso e se a promessa não for cumprida, a agência será paralisada”, garante Kardec.
Centro – Na Bela Vista, mais uma unidade do banco público precisou da intervenção do Sindicato. De acordo com a dirigente Jackeline Machado, a agência está há muitos anos sem manutenção, não só no sistema de ar-condicionado, mas na estrutura predial.
“Os empregados pararam as atividades e nos procuraram porque a temperatura chegou a níveis insuportáveis. Eles contam que demandaram o conserto às áreas responsáveis, mas não houve solução. Para agravar, durante o dia de hoje houve cobrança dos gestores para que retornassem ao trabalho, demonstrando a falta de consideração com as condições de trabalho e com os empregados”, relata Jackeline.
A dirigente acrescenta que uma reforma geral naquela unidade está prevista ainda para o primeiro semestre. “Mas precisamos de soluções imediatas”, cobra a dirigente.
Fórum paritário – O diretor do Sindicato Dionísio Reis ressalta que, em fórum paritário, o movimento sindical tem cobrado mais estrutura para os setores que cuidam da infraestrutura e pessoal das agências.
> Em fórum paritário, Caixa não apresenta dados dos empregados
Privados – Nos bancos privados a situação não é muito diferente. Também nesta sexta-feira o Sindicato precisou interditar uma agência do Itaú na Água Rasa. De acordo com o diretor da Fetec/CUT-SP Sérgio Lopes, o Serginho, o ar-condicionado da unidade apresentou problemas há cerca de duas semanas. Foi dado prazo de uma semana para o conserto, mas isso não ocorreu.
“O Sindicato foi à agência e, em face disso, o banco acionou os técnicos, que repararam o aparelho. A unidade permaneceu fechada o dia todo”, relata Serginho.
Outra, do Santander na Vila Santa Maria, zona norte da capital paulista, também foi interditada. O dirigente sindical Marcelo Gonçalves, o Marcelinho, conta que os técnicos estiveram no local e resolveram superficialmente a situação, mas o compressor que refrigera a área do autoatendimento terá de ser trocado, o que deve ocorrer neste final de semana.
“Vamos acompanhar a questão e, se o problema persistir na semana que vem, vamos paralisar a agência”, afirma o dirigente.
Redação – 14/2/2014
