Pular para o conteúdo principal

Zona norte é a mais afetada pela dengue na capital

Linha fina
Dos 1.368 casos notificados nas quatro primeiras semanas do ano na cidade de São Paulo, região foi a que registrou a maior incidência: 5,9 doentes para cada 100 mil habitantes
Imagem Destaque

São Paulo – Dos 1.368 casos de dengue notificados nas quatro primeiras semanas do ano na cidade de São Paulo, a zona norte foi a que registrou a maior incidência: 5,9 doentes para cada 100 mil habitantes. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, na zona oeste foram 2,2 para cada 100 mil; na sul, 1,9; na leste, 0,6; e na sudoeste, 0,5. Limão, Brasilândia e Jaraguá registraram o maior número de casos.

O secretário-adjunto, Paulo Puccini, responsável pelo balanço, disse hoje (12) que o aumento no número de casos na zona norte está atrelado ao fato de a região ser abastecida por águas dos reservatórios da Cantareira, o mais ameaçado pela seca, fato que tem levado os moradores a estocarem água em casa de maneira improvisada. “A população tem o direito de se prevenir da falta de água. O que pedimos e insistimos é para que isso seja feito com o cuidado de tampar os recipientes ou colocar uma tela.”

O primeiro balanço, feito entre os dias 4 e 24 de janeiro, registrou 1.304 casos. Nesse ritmo, a cidade terminaria o ano com 90 mil casos de dengue. Se a incidência chegar a 120 mil, pode ser considerada epidemia, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Secretaria da Saúde adotou, desde o ano passado, duas novas estratégias para o combate às doenças. A Portaria 2.286/2014 estabelece que os serviços públicos e privados de saúde devem realizar, em até 24 horas, a notificação compulsória dos casos suspeitos.

Para o secretário José de Filippi Júnior, a queda no número de casos deve ocorrer como fruto da intensificação das campanhas de prevenção e da divulgação feita. "Infelizmente, a dengue é uma doença que não podemos combater com uma vacina. A maneira mais eficaz de combatê-la é prevenindo. Não podemos permitir que o mosquito (aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungunya) se crie, e para isso é preciso eliminar o foco, ou seja, tampar qualquer reserva de água que esteja sendo feita."

"Até que a ciência consiga avançar para termos uma vacina como temos para outras doenças infecciosas, não existe outra maneira de prevenirmos a dengue e a chikungunya se não evitarmos o contágio do vetor com as pessoas. O mosquito infectado é que vai levar esse risco de infecção para outras pessoas saudáveis, o que pode significar um agravo à condição de saúde de milhares de munícipes", afirmou Filippi.

No ano passado, o estado de São Paulo registrou 193.636 casos. Na capital, foram 28.995 (97,7% ocorreram no primeiro semestre), com 14 óbitos ao longo do ano. Este ano não houve ainda nenhum registro de óbito em função do agravamento dos sintomas da dengue. Há um caso suspeito sendo analisado pelo secretaria.

Cuidados caso haja suspeita de dengue - O mais importante, segundo o secretário-adjunto, é a hidratação. "Em qualquer caso de infecção, a hidratação é decisiva. Nesse caso, em particular, é mais, porque o vírus da dengue tem uma potencialidade de alterar a permeabilidade vascular e, portanto, ir causando certos danos, inclusive de retenção urinária. Então, a hidratação é algo decisivo no enfrentamento e no cuidado da dengue", afirma Puccini. Além da hidratação, é preciso ficar atento aos analgésicos ingeridos em função da dor nas articulações e febres. Nem todos podem ser consumidos, e é importante a indicação de um médico ou farmacêutico.

Como prevenir a dengue e a febre chikungunya

- Pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia;
- Tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis, guardadas fora da chuva;
- Latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo;
- Caixas d’água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro;
- Piscinas devem ser tratadas com cloro ou cobertas;
- Pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos;
- Lonas, aquários, bacias e brinquedos devem ficar longe da chuva;
- Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou “Operação Cata-Bagulho”;
- Cuidados especiais para as plantas que acumulam água, como bromélias e espadas de São Jorge; ponha água só na terra


Carol Scorce, para a Rede Brasil Atual - 13/2/2015

seja socio