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São Paulo – A partir de quarta 24, começam a funcionar duas tendas de atendimento para cidadãos com suspeita de dengue, chikungunya e zika, na Penha e no distrito de Lageado, na região de Guaianases, na zona leste de São Paulo. No local haverá atendimento básico para os sintomas das doenças, além do teste rápido para a confirmação ou não da dengue e também o teste de sangue para os casos mais graves.
A prefeitura planeja instalar 14 tendas pela capital, medida adotada para responder à possível sobrecarga dos equipamentos de saúde da cidade. Quando mais de 40% dos atendimentos de Unidades Básicas de Saúde (UBSs), postos e hospitais se derem por conta das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, as tendas de atendimento serão erguidas, como informou na terça 23 o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva pela manhã, na sede da prefeitura. A instalação dessas duas primeiras foge a esse critério e tem caráter experimental.
A escolha dos locais para a implementação das duas primeiras tendas deve-se ao maior número de casos de dengue notificados e confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde em janeiro. No ranking de casos de dengue, lideram Lajeado (68), Penha (35), Jardim São Luís (24), Parque do Carmo (24) e Itaquera (23). No final do ano passado, a região recebeu pulverizações de inseticidas em áreas de maior infestação.
Em toda a cidade, no mês passado foram notificados 5.877 casos de dengue. Os números indicam aumento de 144% em relação às 2.406 notificações registradas em janeiro do ano passado. “O cenário que a prefeitura trabalha, de que devemos ter mais casos neste ano, vai se confirmando”, destacou o secretário de Saúde, Alexandre Padilha. Dos casos informados em 2016, 827 foram confirmados.
Padilha afirmou que a ocorrência de dengue é maior no interior e no litoral do estado do que na capital. O coeficiente de contaminação, no município, é de 7,2 para cada 100 mil habitantes, enquanto que esse número para todo o restante do estado é de 12,8. No município, a letalidade da doença também vem caindo em relação aos três últimos anos. Contudo, na capital, os casos aumentaram 16% em comparação ao mesmo período de 2015.
Ainda assim, o secretário prevê que a epidemia deve ser maior do que no ano anterior, com seu ápice nos meses de abril e maio. "Só a ação conjunta do poder público e da população pode evitar esse cenário de aumento", afirmou o secretário.
Sobre os fatores que devem levar ao possível agravamento da epidemia neste ano, Padilha listou o aumento das temperaturas médias, associado ao fenômeno El Niño e ao aquecimento global, a maior resistência do mosquito às baixas temperaturas registradas nas madrugadas da capital paulista – diferentemente do que ocorre em cidades como o Rio de Janeiro e as do Nordeste –, e ainda pela interrupção da oferta de água por conta do crise hídrica que assola o estado desde 2013.
É também às interrupções do fornecimento de água que Padilha atribui o maior número de casos registrados na zona leste, que no último ano sofreu com as constantes baixas do reservatório Alto Tietê.
Segundo o secretário de Saúde, em 2014 o surto epidêmico concentrou-se na zona oeste da capital. No ano passado, na zona norte. Quando o indivíduo é contaminado pela doença, fica imune de novo contágio para o mesmo tipo de vírus, o que explicaria a redução da confirmação de casos nessas regiões e o aumento na zona leste da capital.
Sobre os casos de chikungunya e zika, o secretário afirmou que foram comunicados 212 casos da primeira, com apenas dois confirmados e 47 da segunda doença, sem registro de nenhum autóctone, ou seja, as transmissões não ocorreram na capital . Quanto aos casos de microcefalia, com possível associação ao vírus zika, Padilha afirmou que foram confirmados seis casos na capital, sendo três deles de gestantes oriundas do Nordeste. Os outros casos de microcefalia foram registrados sem terem relação com o zika, mas com outras doenças, como sífilis congênita, rubéola e toxoplasmose.
Padilha afirmou que os casos confirmados estão sendo acompanhados de perto, por meio de protocolo de alto risco, que prevê redobrada atenção à gestante e ao bebê, com exame de ultrassom morfológico, para identificação da malformação do crânio, além de acompanhamento psicológico para a mãe, com consultas semanais nas UBS ou centro de referência, para os casos mais graves, além de visitas domiciliares quinzenais.
O secretário destacou ainda outras medidas no combate à proliferação do Aedes aegypti, como a utilização de drones, para a identificação de focos em áreas de difícil acesso, e o aplicativo de celular "Sem Dengue", que já contribuiu com mais de 500 denúncias. Citou também a entrada compulsória, após notificação, nas residências que impedirem o acesso dos agentes de saúde, o que faz com que a população esteja mais receptiva.
Contudo, Padilha destacou que 85% dos focos identificados do mosquito foram encontrados nas residências e que, ao visitarem os pacientes que tiveram dengue em 2015, foi identificado 1,3 criadouro, em média, em cada casa, o que demonstra a dificuldade das pessoas em manterem a vigilância, mesmo para aqueles que já sofreram com os males da doença. "A participação da população vai ser decisiva", declarou o secretário.
Tiago Pereira, da Rede Brasil Atual - 23/2/2016
A prefeitura planeja instalar 14 tendas pela capital, medida adotada para responder à possível sobrecarga dos equipamentos de saúde da cidade. Quando mais de 40% dos atendimentos de Unidades Básicas de Saúde (UBSs), postos e hospitais se derem por conta das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, as tendas de atendimento serão erguidas, como informou na terça 23 o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva pela manhã, na sede da prefeitura. A instalação dessas duas primeiras foge a esse critério e tem caráter experimental.
A escolha dos locais para a implementação das duas primeiras tendas deve-se ao maior número de casos de dengue notificados e confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde em janeiro. No ranking de casos de dengue, lideram Lajeado (68), Penha (35), Jardim São Luís (24), Parque do Carmo (24) e Itaquera (23). No final do ano passado, a região recebeu pulverizações de inseticidas em áreas de maior infestação.
Em toda a cidade, no mês passado foram notificados 5.877 casos de dengue. Os números indicam aumento de 144% em relação às 2.406 notificações registradas em janeiro do ano passado. “O cenário que a prefeitura trabalha, de que devemos ter mais casos neste ano, vai se confirmando”, destacou o secretário de Saúde, Alexandre Padilha. Dos casos informados em 2016, 827 foram confirmados.
Padilha afirmou que a ocorrência de dengue é maior no interior e no litoral do estado do que na capital. O coeficiente de contaminação, no município, é de 7,2 para cada 100 mil habitantes, enquanto que esse número para todo o restante do estado é de 12,8. No município, a letalidade da doença também vem caindo em relação aos três últimos anos. Contudo, na capital, os casos aumentaram 16% em comparação ao mesmo período de 2015.
Ainda assim, o secretário prevê que a epidemia deve ser maior do que no ano anterior, com seu ápice nos meses de abril e maio. "Só a ação conjunta do poder público e da população pode evitar esse cenário de aumento", afirmou o secretário.
Sobre os fatores que devem levar ao possível agravamento da epidemia neste ano, Padilha listou o aumento das temperaturas médias, associado ao fenômeno El Niño e ao aquecimento global, a maior resistência do mosquito às baixas temperaturas registradas nas madrugadas da capital paulista – diferentemente do que ocorre em cidades como o Rio de Janeiro e as do Nordeste –, e ainda pela interrupção da oferta de água por conta do crise hídrica que assola o estado desde 2013.
É também às interrupções do fornecimento de água que Padilha atribui o maior número de casos registrados na zona leste, que no último ano sofreu com as constantes baixas do reservatório Alto Tietê.
Segundo o secretário de Saúde, em 2014 o surto epidêmico concentrou-se na zona oeste da capital. No ano passado, na zona norte. Quando o indivíduo é contaminado pela doença, fica imune de novo contágio para o mesmo tipo de vírus, o que explicaria a redução da confirmação de casos nessas regiões e o aumento na zona leste da capital.
Sobre os casos de chikungunya e zika, o secretário afirmou que foram comunicados 212 casos da primeira, com apenas dois confirmados e 47 da segunda doença, sem registro de nenhum autóctone, ou seja, as transmissões não ocorreram na capital . Quanto aos casos de microcefalia, com possível associação ao vírus zika, Padilha afirmou que foram confirmados seis casos na capital, sendo três deles de gestantes oriundas do Nordeste. Os outros casos de microcefalia foram registrados sem terem relação com o zika, mas com outras doenças, como sífilis congênita, rubéola e toxoplasmose.
Padilha afirmou que os casos confirmados estão sendo acompanhados de perto, por meio de protocolo de alto risco, que prevê redobrada atenção à gestante e ao bebê, com exame de ultrassom morfológico, para identificação da malformação do crânio, além de acompanhamento psicológico para a mãe, com consultas semanais nas UBS ou centro de referência, para os casos mais graves, além de visitas domiciliares quinzenais.
O secretário destacou ainda outras medidas no combate à proliferação do Aedes aegypti, como a utilização de drones, para a identificação de focos em áreas de difícil acesso, e o aplicativo de celular "Sem Dengue", que já contribuiu com mais de 500 denúncias. Citou também a entrada compulsória, após notificação, nas residências que impedirem o acesso dos agentes de saúde, o que faz com que a população esteja mais receptiva.
Contudo, Padilha destacou que 85% dos focos identificados do mosquito foram encontrados nas residências e que, ao visitarem os pacientes que tiveram dengue em 2015, foi identificado 1,3 criadouro, em média, em cada casa, o que demonstra a dificuldade das pessoas em manterem a vigilância, mesmo para aqueles que já sofreram com os males da doença. "A participação da população vai ser decisiva", declarou o secretário.
Tiago Pereira, da Rede Brasil Atual - 23/2/2016