Pular para o conteúdo principal

Sindicato reintegra bancário do Bradesco vítima de assédio moral

Linha fina
Após desenvolver depressão e pedir afastamento pelo INSS, trabalhador entrou em contato com a entidade, que acionou o RH do banco a fim de cobrar o cancelamento da demissão
Imagem Destaque
Foto: Freepik

O Sindicato conseguiu anular a demissão de um bancário do Bradesco que era vítima de assédio moral do gerente-geral da agência onde trabalhava. O funcionário desenvolveu quadro de depressão por conta do tratamento recebido no trabalho. Após ser demitido, ele procurou a Secretaria de Saúde do Sindicato, que deu as orientações necessárias.  

Assine o boletim eletrônico com notícias específicas do Bradesco
Sindicalize-se e fortaleça a luta em defesa dos direitos dos bancários 

“Infelizmente o assédio moral é uma regra dentro dos bancos, principalmente nas áreas comerciais. Uma prática que visa o cumprimento de metas abusivas e que gera muitos adoecimentos. Tanto que os trabalhadores bancários estão entre as categorias que mais pedem afastamento pelo INSS”, afirma o dirigente sindical e bancário do Bradesco Marcos Amaral, o Marquinhos. 

O bancário relata uma rotina de assédio moral que o levou a desenvolver síndrome do pânico. “Já no segundo mês de gerente, mesmo estando em 4º lugar em um grupo de 32 gerentes, o gerente da agência me chamara para feedbacks individuais onde exigia que eu vendesse 200% da meta para suprir gerentes de licença ou que não batiam as metas. Minha meta de cartão era 10 ao mês, porém o mesmo exigia, mesmo sem assinatura, 10 ao dia por ser gerente PF. Na sexta era um terror. Saíamos às vezes às 19 horas, pois o mesmo queria [a venda de] dois consórcios por gerente, sendo que a meta era dois ao mês.”

Ele conta que adquiriu problemas para dormir. “Já pensava no inferno do outro dia. O gerente mal cumprimentava os funcionários, ligava no ramal a cada 20 minutos, fazia os gerentes PF saírem na rua ofertando máquinas de cartão e conta no sol escaldante, exigia abertura de quatro contas ao dia.”

Sob essas condições, o bancário desenvolveu síndrome do pânico e conta que o gerente passou a perseguí-lo quando descobriu que ele havia iniciado tratamento com psiquiatra e psicólogo. “O mesmo me vigiava pela câmera, me seguia no banheiro, sentava ao meu lado para saber se eu estava trabalhando. Literalmente um inferno na terra. Cheguei a emagrecer 15 quilos. No dia primeiro de agosto de 2019, ao entregar um atestado médico de 14 dias, fui demitido.”

Ele então procurou o Sindicato, que acionou o RH do banco pedindo para suspender a demissão. Diante dos laudos e exames médicos comprovando problemas de saúde do bancário, o banco cancelou a demissão e o reintegrou ao seu quadro de funcionários. 

Assédio moral? Não se cale, denuncie ao Sindicato!

“Apesar de ter ocorrido em agosto do ano passado, este caso reflete o que ocorre com muitos bancários. Por isso é importante que os trabalhadores vítimas de assédio moral ou que forem demitidos procurem sempre o Sindicato para que possamos dar as orientações necessárias. A razão da nossa existência é a defesa dos trabalhadores”, enfatiza o dirigente sindical e bancário do Bradesco Marcos Amaral, o Marquinhos.   

Denuncie assédio moral ao Sindicato

Para denunciar assédio moral, o bancário deve acessar spbancarios.com.br/denuncias ou então entrar em contato com a Central de Atendimento por meio do chat ou telefone (11 4949- 5998), das 9h às 18h, de segunda a sexta, que também recebe denúncias relacionadas com condições estruturais de trabalho, acúmulo de funções, desrespeito à pausas, intervalos, jornada, entre outras. O sigilo é garantido!

seja socio