Trabalhadores na Ford em Taubaté (SP) decidiram, em assembleia, não atender a uma convocação da empresa para um “retorno temporário” ao serviço para aproximadamente 40 deles. Para o Sindicato dos Metalúrgicos da região (Sindmetau), a convocação é uma espécie de “retaliação” da empresa, para tentar dividir a organização do movimento.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Na última sexta-feira 5, decisões liminares da Justiça do Trabalho suspenderam demissões nas fábricas de Taubaté e Camaçari (BA) sem negociação prévia. Os metalúrgicos lembram que, em 11 de janeiro, a empresa havia anunciado encerramento imediato das atividades. E afirmam que a Ford tem feito pressão para que alguns trabalhadores retomem a produção, o que a Justiça vê como “constrangimento ilegal”.
De acordo com o coordenador jurídico do sindicato, Isaac do Carmo, a atitude da empresa desrespeita a liminar concedida pela 2ª Vara do Trabalho de Taubaté. Entre as determinações judiciais, está a proibição de propostas individuais ou prática de assédio. “A decisão da juíza estabelece que a Ford apresente um cronograma de negociação conjunta com o sindicato”, observou.
O presidente da entidade, Cláudio Batista, o Claudião, criticou a direção da Ford em Taubaté. “A empresa não comunicou ao sindicato que chamaria um grupo para retornar à produção. Nossa luta é pela manutenção de todos os postos de trabalho”, afirmou. A fábrica de Taubaté, que produz motores e câmbios, tem cerca de 830 funcionários diretos. Eles estão em licença remunerada.
Desde o anúncio do fechamento, há um mês, os trabalhadores mantêm vigília diante da fábrica, além de atividades diversas. Nesta sexta (12), por exemplo, farão carreata pela cidade, com concentração a partir das 7h.