Com menos de dois meses de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já retomou a política de valorização do salário mínimo, implementada nas suas gestões anteriores (2003 a 2010) e nas de Dilma Rousseff (2011 a 2016) e abandonada nos governos Temer e Bolsonaro. Recentemente, anunciou novo reajuste a partir de maio. Assim, o mínimo, que já tinha sido reajustado em janeiro - quando passou de R$ 1.212 para R$ 1.302 -, será de R$ 1.320 em maio, um reajuste de 8,91% em relação ao valor do ano passado e com ganho de 2,81% acima da inflação, maior aumento real desde 2012.
“O governo Bolsonaro acabou com a política de valorização do salário mínimo. Mas já de imediato, o governo Lula voltou a implementá-la. Ou seja, em menos de dois meses de mandato, o novo governo afirma sua responsabilidade com a classe trabalhadora.”
Ivone Silva, presidenta do Sindicato do Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Ivone enumera ainda outras ações que mostram o compromisso do novo governo com os trabalhadores: “Além da valorização do salário mínimo, o governo Lula já se comprometeu com a correção da tabela do imposto de renda, também abandonada no governo Bolsonaro, e que ampliará a faixa de isenção; relançou o programa Minha Casa, Minha Vida; e formulou programa para renegociação de dívidas que beneficiará famílias e pequenas empresas. Os trabalhadores voltaram ao centro das preocupações do Poder Executivo.”
“Sabemos que o valor proposto pelas centrais sindicais para o mínimo era maior do que o apresentado pelo governo, mas vamos seguir na luta para avançar nas conquistas”, ponderou ainda a dirigente. “O mais importante é que, em muito pouco tempo de mandato, o governo já recebeu os representantes dos trabalhadores e se mostrou aberto para atender nossas pautas, porque sabe que o caminho do desenvolvimento e da melhoria da economia passa pela valorização da classe trabalhadora”, acrescenta Ivone.
Perdas nos governos Temer e Bolsonaro
Em 2003, logo no primeiro ano de sua primeira gestão na Presidência, Lula reajustou o salário mínimo em 20%, com aumento real de 1,23%. No ano seguinte, o valor foi corrigido em 8,33% e o aumento real foi de 1,19%. Mas a partir de 2005, os reajustes foram dando saltos até chegar a 13,04% de aumento acima da inflação em 2006. A política de valorização foi continuada pelo governo Dilma, até começar a desmoronar com o governo ilegítimo do Michel Temer – quando o mínimo foi reajustado abaixo da inflação em 2017 e 2018 – e depois com o governo Bolsonaro, também com reajuste abaixo da inflação em 2020 e nos anos seguintes praticamente sem ganhos reais.
Veja no gráfico abaixo os reajustes do salário mínimo desde 2002