O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região reuniu-se na manhã desta quinta-feira (22) com o Banco BNP Paribas para tratar de demissões por justa causa que ocorreram em outubro de 2023 e que havia expectativa de serem revertidas pela via negocial. Também foi discutido a importância da relação entre banco e sindicato, sobretudo de um diálogo sério e da negociação, principalmente, de uma negociação consequente, aquela que produza mudanças e soluções para o conflito ou problemas apresentados (e não meramente uma conversa entre as partes).
Importante relembrar que sobre as polêmicas demissões realizadas por justa causa, o Sindicato, tentando resolver o problema através de negociação com o Banco, reuniu-se com o BNP em novembro e, na ocasião, manifestou-se sobre a forma injusta como ocorreram os desligamentos (saiba mais abaixo) e solicitou sua reversão.
A resposta do BNP veio no final do mês, por e-mail, mantendo as demissões. O Sindicato então pediu uma nova reunião, que acabou acontecendo apenas na data de hoje. Foi novamente ressaltado pela entidade que a conduta do BNP não foi adequada, já que adotou uma punição severa e duríssima aos empregados, e que a situação poderia ter sido solucionada de outra maneira. Infelizmente, pela demora no retorno e a indicação de que o Banco não reverteria as demissões, os bancários indignados recorreram ao Judiciário e ingressaram com ações. O Sindicato lamenta o desfecho.
Nessa reunião de hoje, o BNP convidou um representante da Fenaban (federação dos bancos), que reforçou a importância da via negocial para a solução dos conflitos.
Certamente, é importante que o espaço de diálogo exista e seja permanente, com o devido respeito e cordialidade entre as partes. A entidade busca o entendimento para ter essa relação com o BNP, e que outras demandas que venham a aparecer possam ter melhores encaminhamentos pela instituição.
A entidade, por fim, aproveitou a reunião para, como último pedido, solicitar uma conciliação com os trabalhadores, quando da primeira audiência na Justiça do Trabalho.
Ainda, na oportunidade, o Sindicato também solicitou acesso ao local de trabalho para visita aos empregados, o que já ficou combinado com a direção do BNP Paribas.
Entenda o caso
No dia 16 de outubro, o BNP Paribas demitiu por justa causa oito bancários, cada um de uma área diferente, alegando inconsistência na anotação e registro do ponto eletrônico. Acontece que os trabalhadores, sob o conhecimento e a anuência de seus superiores, apenas executavam uma prática de rotina entre a maioria do quadro funcional.
Ocorre que o BNP possui dois sistemas de ponto eletrônico: um deles é validado pelo gestor direto (Sinergy) e outro pelo diretor (Clarity). E como algumas vezes os funcionários tinham de validar processos realizados em países com fusos horários diferentes, eles batiam o ponto antes ou depois da jornada normal, de suas casas. Isso não apenas era conhecido, como era validado pelos gestores imediatos. E em nenhum momento os trabalhadores foram advertidos sobre a prática ou orientados a procederam de maneira diferente. Ou seja, todo o registro do ponto era de pleno conhecimento do BNP Paribas (através dos seus gestores e da área de RH).
No mesmo dia das demissões, o BNP enviou e-mail a todos os empregados com novas regras, proibindo expressamente as situações que levaram os oito a serem demitidos por justa causa. Numa clara indicação de que antes as práticas não eram proibidas.
Diante da situação extremamente injusta, o Sindicato procurou diversas vezes e buscou uma negociação com o banco, que não aceitou reverter os desligamentos.
Procure o Sindicato
O Sindicato reforça que os bancários devem procurar a entidade diante de qualquer problema no local de trabalho. O Sindicato conta com um Canal de Denúncias que resulta na apuração e providências sobre o problema e garante o sigilo absoluto do denunciante, a fim de evitar represálias.
Os bancários e bancárias também podem entrar em contato com o Sindicato pelo 3188-5200 ou ainda por whatsapp, chat ou e-mail.