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Chapéu
R$ 13,8 bilhões

Lucro do Santander cresce 48,6% em 2024, com alta na rentabilidade

Imagem Destaque
Arte composta de um gráfico em barras indicando crescimento, sobreposto a um gráfico em linha indicando também crescimento

O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 13,872 bilhões em 2024. O número representa crescimento de 48,6% em relação a 2023. No quarto trimestre, o lucro líquido atingiu R$ 3,855 bilhões, frente aos R$ 3,664 bilhões no trimestre imediatamente anterior, o que representa uma alta de 5,2% no período.

O retorno sobre o patrimônio do banco (ROE) ficou em 17,6%, com acréscimo de 5,3 pontos percentuais em doze meses. O crescimento do lucro no ano está atrelado ao crescimento do resultado de tesouraria (TVM) e crédito, além da queda da despesa de PDD.

O lucro obtido em 2024 na unidade brasileira do banco representou 19,26% do lucro global, que foi de € 12,574 bilhões, alta de 14% em doze meses.

As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias aumentaram 10,9% em relação a dezembro de 2023, totalizando R$ 22,6 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR, por sua vez, aumentaram 7,6% no período, somando R$ 12,1 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco em 2024 foi de 185,8%.

“O Santander recebe o equivalente a quase duas vezes a sua folha de pagamento só com o que arrecada de tarifas dos clientes. O banco, infelizmente, prefere usar este dinheiro dos clientes para aumentar o lucro e, consequentemente, os bônus dos diretores e os dividendos dos acionistas, ao invés de investir em contratações visando a melhora do atendimento e a redução dos adoecimentos causados pela sobrecarga de trabalho e pelas metas sempre crescentes. Um desrespeito completo do banco espanhol para com os brasileiros, sejam clientes ou empregados”, afirma Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados e diretora executiva da Fetec-CUT/SP.

Santander abriu só 35 vagas em 2024

A holding Santander encerrou o ano com 55.646 empregados, com a abertura de 35 postos de trabalho em doze meses (611 no trimestre).

Importante ressaltar que esse pequeno crescimento de vagas, ou mesmo o número total de trabalhadores do Santander não reflete a categoria bancária, porque a filial brasileira do banco espanhol tem transferido bancários para outras empresas do mesmo grupo - uma forma de fragmentar e enfraquecer a categoria, e reduzir direitos e salários.

A base de clientes a instituição financeira, por sua vez, aumentou 2,5 milhões em relação a 2023, totalizando 68,9 milhões.

O número de clientes cresceu 4% entre 2024 e 2023, enquanto o número de trabalhadores aumentou apenas 0,06%. Com isto o banco passou de 1.192 clientes para cada trabalhador, para 1.237 clientes por trabalhador.

“A base de clientes aumentou muito mais do que o número de postos de trabalho, o que inevitavelmente resultará em mais sobrecarga de trabalho e mais adoecimento para os bancários, e na piora no atendimento para a população, que já arca com juros abusivos e tarifas extorsivas para, em troca, ter um atendimento precarizado causado pela falta de funcionários”, afirma Wanessa. 

Menos 96 agências em 12 meses

Quanto à estrutura física do banco, foram fechadas 247 lojas e 166 postos de atendimento bancários (PABs) em doze meses. Apesar do Santander não informar o número de agências físicas em seu balanço, na relação de agências presente no site do Banco Central, em novembro de 2024, o banco possuía 2.433 agências físicas enquanto, em dezembro de 2023, havia 2.529 unidades. Ou seja, uma redução de 96 agências em um ano.

“Mesmo com a base de clientes tendo crescido em mais de 2,5 milhões, o Santander segue fechando agências e empurrando a população para o internet banking, App e canais digitais. O banco continua ignorando os clientes que não têm condições de acessar o aplicativo, seja por falta de condições financeiras, acesso à internet ou falta de conhecimento para uso dos canais virtuais. O que caracteriza uma verdadeira exclusão bancária”, critica Wanessa.

“Cobramos uma nova postura do Santander por meio da abertura de postos de trabalho e de agências para atender melhor a população e reduzir a sobrecarga de trabalho para os bancários, que são os verdadeiros responsáveis pelo aumento expressivo do lucro apresentado pela instituição. Em resumo, cobramos mais respeito do banco espanhol ao país que responde por quase 20% do lucro global do conglomerado espanhol”, afirma Wanessa.

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