Nesta quarta-feira 5, o Sindicato, por meio do GT de Saúde e da COE Itaú (Comissão de Organização dos Empregados do Itaú), esteve reunido com representantes do banco para tratar de questões como o fechamento de agências, PCR (Programa Complementar de Resultados), Gera, juntas médicas, entre outros.
Foram realizadas duas reuniões na sequência: a primeira do Grupo de Trabalho de Saúde do Itaú, composto por representantes dos funcionários e do banco; e, logo após, a segunda de negociação de 2025 entre a COE Itaú e o banco.
Fechamento de agências
Na negociação entre a COE Itaú e o banco, os representantes dos bancários questionaram o fechamento de agências por parte do Itaú. O banco fechou 227 agências em 2024, número que supera a média de fechamento de unidades de anos anteriores (cerca de 200 por ano).
Já sobre os postos de trabalho, segundo o Itaú, em 2024 foram contratados 10.193 trabalhadores e demitidos 7.721.
Diante dos questionamentos dos representantes dos bancários do Itaú, o banco informou que o fechamento de agências interferiu impactou 2.052 funcionários, e que 75,7% destes foram realocados para outras unidades ou outras áreas.
É importante lembrar que o programa de realocação e requalificação de funcionários é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários.
“Avaliamos que o projeto do Itaú é seguir fechando agências, prejudicando a população, que fica sem atendimento adequado, e também os bancários das agências que permanecem abertas, que ficam sobrecarregadas”, diz a diretora do Sindicato e coordenadora da COE Itaú, Valeska Pincovai.
De acordo com o banco, o critério para o fechamento de agências é a “baixa rentabilidade”.
“O Itaú, ao revelar que fecha agências por baixa rentabilidade, deixa evidente a sua falta de responsabilidade social. Afinal, assim como todos os bancos, o Itaú opera por meio de concessão pública e tem o dever de bem atender a população”, avalia Valeska.
Além disso, para a diretora do Sindicato e coordenadora da COE, mesmo que ignorada a responsabilidade social que o Itaú deveria ter enquanto concessão pública, a alegação do fechamento de agências por baixa rentabilidade não se sustenta.
“Mesmo que o banco ainda não tenha divulgado o balanço de 2024, somente nos três primeiros trimestres do ano passado o Itaú lucrou R$ 30,518 bilhões, crescimento de 16,4% em relação ao mesmo período de 2023”, lembra a diretora do Sindicato.
A próxima reunião entre a COE Itaú e o banco está marcada para 26 de fevereiro.
PCR
Os representantes dos bancários também apresentaram proposta para que o PCR (Programa Complementar de Resultados) seja pago levando em conta a pandemia de Covid-19 e a defasagem do programa em comparação com o reajuste da categoria.
Outra reivindicação dos bancários é que seja realizado um debate sobre o Gera, programa de remuneração variável do Itaú, em razão de inúmeros problemas que foram apresentados ao banco na reunião.
Problemas com o GERA:
• SQV;
• Aumento de metas após a trimestral;
• Metas que não levam em conta as especificidades de cada agência;
• Fale com o Gera não funciona;
• Espelhamento;
• Demora para atualização da produção;
• Cartilha do Gera não é clara;
• Ponderador;
• Mudança das metas recorrentes;
• Falta de readequação das metas para quem sai de férias ou licença.
“Apresentamos os problemas do Gera nesta reunião e vamos propor soluções na reunião do GT do programa, em fevereiro”, informa Valeska.
Empreenda
O banco anunciou ainda mudanças no Empreenda, com a criação de novos cargos e dois segmentos: Emps+ e Pro Smart. O setor empresas será desvinculado das agências e serão criadas plataformas.
Juntas médicas
Já na reunião do GT de Saúde, que antecedeu a negociação entre a COE Itaú e o banco, os representantes dos bancários questionaram o banco sobre diversos problemas relacionados com as juntas médicas mantidas pelo Itaú para avaliar a saúde dos trabalhadores, sobretudo daqueles que se afastaram para tratamento médico.
Levantamento feito em todo país apontou que há falta de pagamento aos médicos, problemas na comunicação e suspensão de complementação salarial dos trabalhadores afastados.
Por sua vez, o Itaú alegou que as juntas médicas estão previstas na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da categoria e serão mantidas, mas assumiu compromisso com a resolução dos problemas apontados.
Será instituído um Grupo de Trabalho para que sejam sanados os problemas relacionados com as juntas médicas, com reuniões a cada 15 dias.
Linha de Cuidado
Na reunião, o Itaú apresentou o Linha de Cuidado, novo programa do banco voltado para os trabalhadores adoecidos. O Itaú realizará pesquisa com os funcionários para mensurar os riscos psicossociais aos quais estão expostos, objetivando a melhoria da qualidade de vida e da saúde dos trabalhadores.
“É realmente urgente e imprescindível que o Itaú priorize a saúde e qualidade de vida dos seus funcionários. Afinal, a realidade atual é uma enorme quantidade de bancários adoecidos por conta da cobrança abusiva por metas e o assédio moral. Cabe enfatizar que não adianta criar programas como o apresentado pelo banco na reunião e não rever o atual modelo de gestão, altamente adoecedor”, conclui a diretora do Sindicato.