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Chapéu
27ª Conferência Nacional dos Bancários

Encontro Nacional do Santander define plano estratégico para enfrentar gestão irresponsável do banco

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Imagem mostra dirigentes sindicais sentados em plenário lotado durante encontro nacional do Santander

Trabalhadores de bancos de todo o Brasil estarão reunidos até domingo 25 de agosto na 27ª Conferência Nacional dos Bancários. Nesta sexta-feira 22, foram realizados encontros específicos por bancos.

Os trabalhadores do Santander elencaram propostas e prioridades, enviadas pelas federaçõe, que integrarão um plano estratégico nacional e unificado para enfrentar desmandos do Santander, como o avanço desenfreado da terceirização fraudulenta, o fechamento de agências e o corte de postos de trabalho exclusivamente bancários.

“Aqui tem dirigentes de todos os estados do país, unidos neste senso de responsabilidade visando a melhoria das relações de trabalho no Santander. E estamos discutindo o fechamento de agências, as contratações fraudulentas, o avanço da inteligência artificial e os impactos disso tudo no dia a dia do bancário”, pontuou Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE Santander).

“Aqui é o lugar para colocarmos no centro do debate a dor e a frustração dos bancários do Santander, sentida na nossa pele com essa gestão irresponsável e desumana do Santander, que só visa remeter lucro para a Espanha e ainda nos trata como colônia”, afirmou Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato e bancária do Santander.

A 27ª Conferência Nacional dos Bancários é o terceiro passo do processo de definição do plano de lutas e da organização estratégica. Nesta etapa, os representantes dos trabalhadores têm a responsabilidade de apresentar as propostas que já foram discutidas no Sindicato e no Estado de São Paulo, buscando a construção, junto às demais federações, de um plano estratégico unificado para o enfrentamento da gestão do Santander no país.

Este ano não tem Campanha Nacional dos Bancários – a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) bancária é válida até 31 de agosto de 2026. Mas as mesas permanentes de negociação continuam. Por isso, em agosto a categoria está se reunindo em encontros por bancos e nas conferências Estadual e Nacional.

Lucro do Santander e fechamento de agências

Na parte da manhã, a economista do Dieese Vivian Machado apresentou destaques dos resultados do banco no primeiro semestre de 2025. No período, o lucro líquido totalizou R$ 7,5 bilhões, com alta de 18,4% em relação ao primeiro semestre de 2024.

A unidade brasileira gerou o segundo maior lucro para o Grupo Santander, abaixo apenas do lucro da matriz espanhola.

O fechamento de agências e as demissões tiveram destaque central no encontro. Entre 2019 e 2024, o número de trabalhadores no grupo Santander cresceu 16,4%, passando de 47.819 para 55.646 empregados.

No mesmo período, contudo, o número de trabalhadores exclusivamente bancários no Grupo Santander teve redução de 50,4%, caindo de 36.743 em 2019 para 18.230 no Santander.

Entre 2019 e 2024 foram fechadas 301 agências do Santander em todo o país, passando de 2.731 para 2.430, redução de 11%. Somente entre junho de 2024 e junho de 2025 foram encerradas 558 unidades bancárias, passando de 2.446 para 1.888 estruturas físicas de atendimento.

No mesmo período, a Espanha encerrou apenas 109 unidades, passando de 1.833 para 1.724 agências.

“O fechamento de agências tem sido extremamente prejudicial para os bancários, mas sobretudo para população. O Santander fechou mais agências no primeiro semestre de 2025 do que nos quatro anos anteriores, o que demonstra uma mudança de estratégia do banco, que está excluindo boa parta da população do serviço bancário. Banco no Brasil é concessão pública e tem responsabilidade social com os funcionários, e principalmente com os clientes, que estão sendo cada vez mais desatendidos e empurrados para o autoatendimento ou para a IA, mesmo pagando altas tarifas e taxas de juros”, afirma Lucimara.

Análise de conjuntura e ACT do Santander

Na parte da tarde, o professor doutor Moisés Marques fez uma análise da conjuntura geopolítica atual e seus impactos no sistema financeiro, com ênfase no avanço da inteligência artificial nos empregos bancários.

Na sequência, a advogada do Sindicato dos Bancários de São Paulo Cynthia Valente detalhou as sete árduas rodadas de negociações com o Santander para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho do Santander, aditivo à CCT da categoria bancária. Foram preservadas todas as 42 cláusulas do acordo, todas elas adicionais e complementares à CCT.

Além disso, a negociação resultou em avanços como a isenção da coparticipação no plano de saúde para Pessoas com Deficiência (PCDs) na ativa; suspensão das metas para quem retorna de licença saúde; abono de dois dias para internação hospitalar de filhos; pausa para amamentação; licença para acompanhar casos de saúde, dentre outras.

Há também um programa de participação de resultados do Santander (PPRS), adicional à PLR da CCT. Durante a negociação, houve uma tentativa do banco de compensar o valor do PPR da PLR da CCT, que foi afastada pelos representantes dos trabalhadores.

Por fim, os representantes dos trabalhadores do Santander debateram as propostas e prioridades que comporão um plano estratégico nacional e unificado para o enfrentamento da gestão do Santander.

“Definimos os pontos que terão a responsabilidade de atender os anseios e as angústias dos trabalhadores do Santander, cada vez mais precarizados pela política da direção do banco, que busca eliminar, por meio da terceirização fraudulenta, direitos históricos da categoria bancária”, finalizou Wanessa de Queiroz, coordenadora da COE.

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