
O futuro que queremos: Justo, soberano, solidário, inclusivo e democrático. Com este mote, a 27ª Conferencia Nacional dos Bancários foi oficialmente aberta na noite desta sexta-feira 22. Até domingo 24, bancários e bancárias de todo o Brasil debaterão temas como conjuntura, defesa do emprego, impactos da inteligência artificial nos empregos; o fechamento de agências e a regulação do setor financeiro.
Este ano não haverá Campanha Nacional dos Bancários, já que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é válida até 31 de agosto de 2026. Mas as mesas permanentes de negociação continuam. Por isso a categoria está se reunindo em encontros por bancos e nas conferências Estadual e Nacional.
Um ponto que pautou os discursos na cerimônia foi a defesa dos direitos dos trabalhadores, como destacou Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
“Estamos aqui para organizar a defesa dos bancos públicos e dos direitos sociais que fazem parte da nossa luta, e que precisam do fortalecimento do movimento sindical para que avancemos nas mesas de negociação, tanto na Caixa e no Banco do Brasil, como nos bancos privados. E a nossa pauta geral é a defesa da soberania, da tributação dos super-ricos, para que os trabalhadores paguem menos impostos; e de um sistema financeiro inclusivo, justo e que dê crédito para o desenvolvimento e para os trabalhadores, e não só para o rentismo”, afirmou Neiva.
A dirigente enfatizou os ataques aos direitos trabalhistas ocorridos nos últimos anos. “Fizeram uma reforma trabalhista que diziam que ia gerar muitos empregos. E não gerou. Gerou precarização, pejotização. E por isso nós estamos em uma luta contra a terceirização, contra o fechamento de agências. E estamos lutando por uma regulação do sistema financeiro para que as fintechs respeitem as leis e sejam regulamentadas, tanto na questão do trabalho quanto na tributação. Além de outras questões que estão na nossa luta,”

“Todas as nossas resoluções passam por defender a centralidade do trabalho, por um projeto de desenvolvimento econômico e social no qual o trabalho e o movimento sindical sejam respeitados. E para que possamos combater os ataques à CLT”, declarou.
‘Soberania sempre!’
Juvandia Moreira, presidenta, da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, afirmou que a soberania nacional está sendo atacada de forma inédita.
“Nós estamos vendo outro país tentando fazer uma ingerência nas decisões da Suprema Corte. O Trump está defendendo os interesses dos Estados Unidos. Está defendendo os interesses das empresas americanas. A família Bolsonaro é só o trampolim para ele fazer esses ataques. Nós precisamos levantar a nossa voz para defender a democracia, defender a soberania, defender o Brasil, a classe trabalhadora e o povo brasileiro. Soberania sempre!”, afirmou a dirigente, conclamando todos a saírem às ruas no dia 7 de setembro para reafirmar a independência do Brasil.

Risco da pejotização
Convidado para a abertura da conferência, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, alertou para um risco conhecido dos bancários do Santander: a legalização da pejotização irrestrita, que está em discussão no supremo tribunal federal.
“Nós precisamos nos preparar pra uma queda de braço importante que é o debate da pejotização [...] a pejotização é uma tragédia do jeito que o Supremo vem interpretando, porque pode destruir a previdência social e o FGTS, que têm a missão de financiar o Minha Casa Minha Vida e outros projetos de desenvolvimento do país”, alertou.
O ministro finalizou sua fala defendendo a soberania nacional. “Vamos acreditar no Brasil. Vamos acreditar na nossa soberania, na nossa democracia. E fortalecê-la, porque é pelo debate político que nós podemos transformar o nosso município, o nosso estado e o nosso país”, afirmou.
Os debates continuarão no sábado e no domingo. E os bancários poderão acompanha-los nas redes sociais do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Confira em vídeo como foi
