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SP tem mais da metade dos casos de dengue no país

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Em todo o Brasil, a taxa é de 224.101 casos por cem mil habitantes; em SP, 123.738. A principal causa é o armazenamento de água em casa, provocado pela crise no abastecimento de água
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São Paulo – O estado de São Paulo concentra, sozinho, mais da metade dos casos de dengue registrados em todo o país. Enquanto a soma dos estados registra 224.101 casos por cem mil habitantes, SP tem 123.738 por cem mil. Em números absolutos, o número de mortes é 35, que mais que triplicou em relação ao mesmo período de 2014, quando foram registrados nove óbitos. No país, o número de mortes caiu de 76 para 52.

Os dados, divulgados na manhã de quinta 12 pelo Ministério da Saúde, são do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado no primeiro bimestre em 1.844 municípios.

"Um número alarmante, uma proporção descomunal de mortes", comentou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que atribui o aumento da transmissão da doença ao armazenamento de água, muitas vezes improvisado, pela população que enfrenta a falta de água em São Paulo.

De acordo com ele, outra razão é o despreparo de muitos municípios, que até então não tinham enfrentado uma situação de alta incidência da doença. Por isso, o ministério tem se reunido com representantes do governo estadual e com secretários municipais de Saúde em busca de ações.

Levantamento - A região Sudeste aumentou a incidência da doença de 37.129 casos por cem mil habitantes para 145.020 casos por cem mil habitantes. Em Minas Gerais, a taxa caiu ligeiramente, de 13.788 por cem mil, para 14.690. E as mortes confirmadas, de seis para uma.

O Ministério da Saúde registrou, até o último dia 7, 224,1 mil casos no país. O aumento é de 162%, comparado com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 85,4 mil casos. Na comparação com 2013, houve redução de 47%, ano em que foram registrados 425,1 mil casos da doença. Embora tenha ocorrido aumento de casos na comparação do período, o número de óbitos caiu 32%, passando de 76 mortes, em 2014, para 52, neste ano. Também houve redução de 9,7% nos registros de casos graves. Em 2015, foram confirmados 102 casos de dengue grave, contra 113 em 2014. O Ministério registrou 913 casos confirmados de dengue com sinais de alarme.

O estado do Acre apresenta a maior incidência de dengue, com 695,4 casos por 100 mil habitantes, seguido por Goiás, com 401 casos por 100 mil habitantes, e São Paulo, com incidência de 281 casos por 100 mil habitantes. O período de maior transmissão da dengue no ano vai de março a maio, o que reforça a importância do uso do LIRAa para direcionar as ações de controle da dengue.

Cuiabá é a única capital em situação de risco. Outras 18 estão em situação de alerta: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, Macapá, Maceió, Manaus, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória.

Por regiões, o levantamento aponta o Nordeste com a maioria dos municípios com índice de risco de epidemia (171), seguida pelo Sudeste (54),  Sul (52), Norte (46) e Centro-Oeste (17).

Assim como no Sudeste, o armazenamento inadequado de água explica a maioria dos criadouros do mosquito Aedes aegypti no Nordeste. Nas demais regiões, é o acúmulo de lixo que concentra os focos do inseto.

O Ministério da Saúde registrou 1.049 casos autóctones confirmados de febre chikungunya, até dia 7 deste mês, sendo 459 na Bahia e 590 no Amapá. Em 2014, foram confirmados 2.773 casos autóctones da doença, ou seja, de pessoas sem registro de viagem para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela e Ilhas do Caribe. Os casos foram registrados nos estados do Amapá, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Roraima. Entre 2014 e 2015, foram confirmados 100 casos importados da doença, de pessoas que viajaram para estes países.

Reforço - Para qualificar as ações de combate aos mosquitos transmissores da dengue e do chikungunya, o que inclui a contratação de agentes de vigilância, o Ministério da Saúde repassou um recurso adicional de R$ 150 milhões a todos os estados e municípios brasileiros. Desse total, R$ 121,8 milhões foram para as secretarias municipais de Saúde e R$ 28,2 milhões para as secretarias estaduais. O valor representa um subsídio de 12% do valor anual do Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde de R$ 1,25 bilhão.


Cida de Oliveira, da Rede Brasil Atual - 12/3/2015

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