São Paulo – O Cordão da Mentira volta às ruas da capital paulista para uma série de atos na sexta-feira 31 e sábado 1º, com o bom humor e as firmes posições políticas que caracterizam o grupo, composto por coletivos de artistas e músicos, com a intenção de discutir “quais são os interesses que bloqueiam uma real transformação da sociedade brasileira”. A agenda começa na sexta-feira 31 com o ato Onde estão os desaparecidos políticos do golpe de 1964, que será realizado no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, às 9h30.
No dia seguinte, a partir das 9h, partindo da estação Tiradentes do Metrô, o Cordão da Mentira fará a Caminhada da Resistência, um circuito histórico-cultural de cerca de nove quilômetros que passa por marcos da resistência à ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), como o local do antigo Presídio Tiradentes (onde estiveram detidos muitos presos políticos, como a ex-presidenta Dilma Rousseff e a ex-ministra Eleonora Menicucci); o Memorial da Resistência (prédio em que funcionou o Departamento de Ordem Política e Social - Deops, a polícia política da ditadura); além do Teatro Municipal; a Faculdade de Direito da USP; o Memorial da Luta pela Justiça; o antigo prédio do Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), um dos mais terríveis centros de tortura e morte da época; terminando no Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos da Ditadura Militar, em frente ao Parque do Ibirapuera.
As manifestações do sábado, dia 1º de abril, terão continuidade a partir das 15h30 no antigo prédio do DOI-Codi, localizado na Rua Tutoia, 921. Com apresentação do Coro Luther King, a mobilização marca o 4º Ato Unificado Ditadura Nunca Mais e pretende também denunciar as violações de direitos que estão ocorrendo “no atual golpe em curso no nosso país”.
Ainda no sábado, o Cordão da Mentira encerra a mobilização com o 6º Desfil&scracho, às 16h, no Masp. Com o tema O País da Mentira, o último ato do grupo pretende denunciar “a mentira da democracia, a mentira do país de todos, a mentira do Estado de Direito, a mentira da meritocracia, a mentira da democracia racial, a mentira do pensamento livre e a mentira do país do futuro”.
