São Paulo – Advogados e entidades de defesa dos direitos humanos entraram nesta terça-feira 20 com uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitando a investigação sobre ataques sofridos pelo padre Julio Lancellotti, alvo de mensagens de ódio e ameaças de morte. Os ataques são motivados pelo aumento da população de rua na região da Mooca, zona leste da capital. O padre é referência na defesa dos direitos dos marginalizados em São Paulo. Para os advogados, falta sensibilidade aos moradores do bairro.
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"O posicionamento dessa parcela da população tem se mostrado demasiadamente violento em manifestações no âmbito de redes sociais e cresce a preocupação com a integridade física tanto dos moradores em situação de rua, como dos que dispensam especial cuidado a essas pessoas, como é o caso do padre Julio Lancellotti", diz a ação.
Os advogados e os signatários da representação pedem investigações por meio da instauração de inquérito policial, acompanhado pelo Ministério Público, que resulte na identificação e responsabilização dos autores das ameaças.
De acordo com o advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de São Paulo (Condepe), os promotores devem encaminhar a representação à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O documento é assinado por cerca de 250 pessoas e entidades, entre elas a compositora e cantora Ana de Hollanda, o professor da Unicamp Wagner Romão, o vereador Toninho Vespoli (Psol-SP) e o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), além dos institutos Uneafro, Geledés e Intervozes.
No domingo 25, às 9h, será realizado um ato em solidariedade ao padre, por ruas do bairro da Mooca.
"Em repúdio a essas ofensas e ameaças, demonstraremos nosso apoio ao padre caminhando pelo bairro da Mooca exigindo respeito e compaixão por todas as pessoas, independentemente de sua condição social, gênero ou raça", diz a convocação.