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Chapéu
Responsabilidade social?

Bancos cortam mais de mil empregos em fevereiro

Linha fina
Dados do Caged, referentes ao segundo mês do ano, atropelaram saldo positivo de contratações de janeiro e o primeiro bimestre de 2018 já registra 390 postos de trabalho a menos no setor
Imagem Destaque
geralt/Pixabay

São Paulo – O ano começou diferente em relação ao saldo de contratações no setor financeiro. Diferente do que costuma acontecer mês após mês, janeiro registrou um saldo positivo de 652 bancários contratados, mesmo que com remuneração bem inferior aos demitidos. Entretanto, os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), referentes ao mês de fevereiro, com saldo negativo de 1.042 empregos, derrubaram o ponto fora da curva registrado no primeiro mês de 2018. Com isso, o primeiro bimestre de 2018 já registra 390 empregos a menos no setor.

Para Ivone Silva, presidenta do Sindicato, os dados do Caged denotam a falta de responsabilidade social dos bancos. “Com lucros exorbitantes, que mesmo em meio à crise enfrentada pelo país crescem vertiginosamente, os bancos seguem cortando postos de trabalho. E, para piorar, pagam salário médio aos contratados bem inferior ao que recebiam os trabalhadores que deixaram o setor, precarizando relações de trabalho para maximizar ainda mais seus lucros. Uma completa falta de responsabilidade social.”

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Rotatividade

Além de cortarem empregos, mesmo figurando como o setor mais lucrativo da economia brasileira – em 2017, os três maiores bancos privados lucraram R$ 53,8 bilhões, crescimento de 15% em relação a 2016 – as instituições financeiras no Brasil ainda ganham com a rotatividade, uma vez que os bancários admitidos recebem remuneração inferior aos desligados.

Em fevereiro, os trabalhadores que ingressaram no setor foram contratados recebendo em média menos da metade (48%) do que ganhavam os que saíram dos bancos.

Desigualdade entre Homens e Mulheres

Nos dois primeiros meses do ano, o salário médio das mulheres admitidas (R$ 3.378) correspondeu a 75% da remuneração média dos homens contratados no período (R$4.510). A desigualdade também aparece entre os trabalhadores que deixaram o setor. As bancárias que deixaram os bancos nos meses de janeiro e fevereiro saíram recebendo 78% da remuneração média de um bancário homem desligado no período.

“Nada justifica esse desigualdade salarial imoral entre homens e mulheres. O setor financeiro, o mais lucrativo do país, deveria ser o primeiro a dar o exemplo para a construção de um país no qual o machismo ou qualquer outra forma de opressão não contaminem as relações de trabalho”, conclui Ivone.

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