São Paulo – A participação feminina no CineB não se dá apenas na plateia. Diretoras, atrizes, roteiristas, produtoras: várias profissionais do audiovisual fizeram história no projeto, levando cinema brasileiro de graça a localidades onde faltam opções de cultura e entretenimento. Cecilia Engels foi uma delas.
A diretora conheceu o projeto por acaso. Ao passar pela regional Paulista do Sindicato, que apoia e é parceiro do CineB, ela viu que o espaço havia se transformado em um cinema.
“De curiosa, resolvi entrar e fiquei para assistir à sessão. No final, me apresentei aos organizadores, me ofereci para integrar o projeto, e eles foram muito receptivos”, lembra.
Desde então, a cineasta já participou de sessões em diferentes localidades com seu filme Apart Horta, como Vila Leopoldina e até na Ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo, em dezembro passado.
Engajamento – Depois de Apart Horta, Cecilia conta que fez mais um filme – dessa vez, aprofundando ainda mais as questões de empoderamento feminino. Trata-se de Geni, que está em fase de pós-produção, deve ficar pronto até maio deste ano e foi produzido exclusivamente por mulheres.
“Se para mim esta já era uma questão importante, agora ela toma outra proporção. Ter uma equipe só de mulheres não é um fator limitante. Elas estavam comigo no set por puro merecimento. Não tem essa de ‘dar oportunidade’, são todas grandes profissionais”, defende.
Geni vai contar a história de uma compositora-fantasma, que produz canções para um determinado músico – que faz sucesso com tais produções, enquanto ela vive às sombras.
“A temática tem muito a ver com o que a gente vem observando hoje. Trata de dizer um basta a isso tudo e buscar reconhecimento”, diz Cecilia, que vê possibilidade de o filme entrar no circuito do CineB quando estiver finalizado.
Histórico – O CineB foi lançado no dia 21 de maio de 2007, no Café dos Bancários. O projeto de cidadania foi idealizado pelo Sindicato em parceria com a Brazucah Produções com o objetivo de levar cinema brasileiro de qualidade a localidades que não têm acesso às salas comerciais.
Desde a estreia, o projeto se espalhou por vários cantos de São Paulo e região, realizando também debates com profissionais do audiovisual.