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Chapéu
São Paulo

Servidores ocupam secretaria contra assédio e desmonte do Samu

Linha fina
Em greve desde 4 de fevereiro, servidores municipais acusam a prefeitura de aproveitar o momento para desmontar o Samu. Eles ainda exigem reposição de dias descontados
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Foto: REPRODUÇÃO/SINDSEP

 Servidores públicos municipais de São Paulo, em greve desde o início de fevereiro, ocuparam no início da tarde do dia 7, o saguão da Secretaria Municipal de Saúde, no centro da cidade. Eles acusam a pasta de aproveitar o momento em que as forças dos trabalhadores estão voltadas para a greve para fechar 31 bases do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). As representações sindicais também exigem o abono do ponto dos servidores em dias de greve.

A reportagem é da Rede Brasil Atual.

Após uma comissão da secretaria aceitar receber representantes dos trabalhadores, eles deixaram o local, por volta das 15h. “Viemos na perspectiva de falar com o secretário, mas ele não estava. Nos informaram que terá uma reunião dos vereadores com gestores do Samu. Após essa reunião, vamos marcar um encontro entre a secretaria e os trabalhadores para corrigirmos alguns pontos”, disse a diretora do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) Lourdes Estevão Araújo. A reunião foi marcada para a próxima terça-feira 12.

Já sobre o desconto dos dias de paralisação dos trabalhadores, as entidades sindicais ficaram responsáveis por elaborar um ofício para solicitar a reposição. “Pediram para que elaborássemos um documento com fundamentação do assédio, com fatos concretos. Vai fazer parte disso um pedido oficial para que a secretaria faça uma intervenção junto à prefeitura apontando a necessidade da reposição. A secretaria assumiu o compromisso de intervir, dada a importância da pauta”, completou Lourdes, que avaliou o resultado da reunião como positivo, pois abre um novo canal de negociação com o Executivo.

O Sindsep ainda avalia que a abertura de negociações com a Secretaria de Saúde pode, inclusive, ajudar na negociação das pautas da paralisação. A greve tem relação com a aprovação da Lei municipal 17.020, que aumenta a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14% e cria o regime de capitalização do Sampaprev. Tal pauta encontrou grande resistência durante a gestão do ex-prefeito (e atual governador) João Doria (PSDB). Na ocasião, grande mobilização dos trabalhadores e trabalho da oposição na Câmara dos Vereadores conseguiu barrar o projeto, que acabou passando em outra investida, já no apagar das luzes de 2018, no dia 27 de dezembro.

A coordenadora do Sindsep Laudiceia Reis da Silva dos Santos argumenta que os dias parados não podem ser descontados, já que a greve é legítima. “Entendemos o desconto como arbitrariedade, pois a greve é legal, nem foi julgada ainda. Cortaram todos os dias de greve, são 15 dias de desconto, de prejuízo. Estamos fazendo o enfrentamento”, disse.

O presidente do sindicato, Sergio Antiqueira, classifica os descontos como “prática antissindical, antidemocrática e de assédio moral. Não aceitamos, os trabalhadores foram violentamente atacados pela chefia. Não podemos tolerar isso em um Estado democrático de direito. Pedimos apoio de todos os outros servidores. Queremos conversar com o olho no olho e que voltem atrás nessas práticas”.

Assembleia

Na sexta-feira 8, os servidores voltaram a se reunir em frente ao prédio da prefeitura, no centro da capital, para nova assembleia, e devem manter a greve. O encontro é simbólico e deve somar ao ato do Dia Internacional da Mulher, que está marcado para as 16h, no vão livre do Masp. Manifestações em razão do Dia Internacional da Mulher se realizarão em, ao menos, 22 cidades do país.

 

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