Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Montadoras

Sindicato cobra Ford sobre negociações para venda de fábrica

Linha fina
Em São Paulo, GM anuncia investimentos, mas metalúrgicos criticam plano de reestruturação
Imagem Destaque
Foto: ADONIS GUERRA / SMABC

Um mês depois do anúncio de fechamento da fábrica de São Bernardo e 12 dias após a reunião com sindicalistas nos Estados Unidos, a Ford ainda não informou os metalúrgicos detalhes sobre a possível compra da unidade. Em assembleia no dia 19, os representantes dos trabalhadores voltaram a cobrar a empresa sobre participação nas conversas com os eventuais interessados.

A reportagem é da Rede Brasil Atual.

"Vamos continuar em luta e cobrar da empresa hoje e amanhã para que ela tenha algum posicionamento sobre o nosso futuro. Esse comprador não pode ser alguém que ninguém nunca viu", afirmou o coordenador do Comitê Sindical, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba. "Não vamos desistir dos nossos empregos. Nós queremos uma posição que nos traga alguma tranquilidade."

No último dia 7, a direção mundial da montadora informou que não recuaria de sua decisão de fechar a fábrica de São Bernardo – onde trabalham 4.330 pessoas, entre funcionários diretos e terceirizados –, mas disse aos metalúrgicos que havia três interessados na compra. Não informou nomes e ainda não fez contato com o sindicato da categoria para que a entidade participe do processo.

Também hoje, a General Motors anunciou um investimento de R$ 10 bilhões no Brasil. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior paulista, parte desse valor será destinada à renovação das linhas de produção na fábrica daquele município. "O anúncio desse investimento contempla uma das condições do acordo sindical aprovado soberanamente pelos trabalhadores de São José, em assembleia no último mês de fevereiro", diz o sindicato, em nota com ressalvas.

"Reafirmamos aqui a nossa discordância com o plano de reestruturação que vem sendo aplicado pela montadora no mundo todo, em que busca aumentar sua lucratividade à custa do fechamento de plantas, demissões e redução de direitos."

O sindicato de São José afirma ainda esperar a garantia de estabilidade no emprego para todos os trabalhadores naquela fábrica. "Não faz nenhum sentido a empresa receber benefícios fiscais do Estado – dinheiro que deixa de ser investido na saúde e educação –, com o argumento de geração de emprego, e permitir ao mesmo tempo o desligamento de trabalhadores da fábrica. É inaceitável também que o acordo sirva para baratear o custo de demissões." 

Em entrevista, o ex-presidente do sindicato do ABC Rafael Marques disse que a discussão feita entre GM e metalúrgicos poderia ser uma alternativa para o caso da Ford.

seja socio