O Sindicato tem acompanhado de perto a situação de agências e departamentos da Caixa, cobrando medidas efetivas do banco público que protejam a saúde de empregados e clientes em meio a pandemia de coronavírus. O último avanço obtido pelo movimento sindical foi o compromisso do vice-presidente da Caixa de suspender cobranças de metas como, por exemplo, Dia D, desafio do dia e planilha de produtividade. Além disso, a burocracia para liberação de trabalho remoto também foi reduzida significativamente. Entretanto, a reestruturação recém implementada se tornou um obstáculo para que os protocolos e determinações da direção sejam corretamente implementados em agências e departamentos.
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“O compromisso de suspensão das metas é resultado direto da relação de confiança entre empregados e Sindicato. Os bancários nos procuraram para denunciar a pressão por resultados em meio à crise do coronavírus e nós atuamos junto ao banco, que atendeu a nossa reivindicação”, afirma o diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.
“Porém, apesar da evolução que o entendimento na prática tem trazido aos protocolos, com a recente reestruturação, que aumentou a capilaridade da gestão da Caixa, a comunicação entre a matriz e as unidades tem sido problemática, inclusive para a adoção dos protocolos. Os gestores estão mal orientados. Hoje, por exemplo, o Sindicato teve de atuar em uma agência da região da Faria Lima, na qual um empregado está afastado desde o começo da semana e que, por falta de informação, não foi adotado o protocolo na agência toda. Somente hoje (20), após a nossa atuação, foi adotado o protocolo de higienização e quarentena de todos os empregados e terceirizados”, acrescenta.
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Segundo Dionísio, a direção da Caixa responsabilizou as chefias na ponta que, pela complexidade da situação, não tem usado o bom senso e sim seguido única e exclusivamente os protocolos.
"Além do caso da agência na Faria Lima, na Vila Prudente a gestão SEV pretendia abrir a unidade seguindo um protocolo que estava ultrapassado pela prática, mas o Sindicato e a Apcef SP garantiram o fechamento. Já na agência Augusta, onde o protocolo também não está adequado para a atual realidade, com risco para a vida de clientes e empregados, o Sindicato também teve de intervir. Entre quinta e sexta, atuamos em mais de dez agências que precisaram ser fechadas", relata o dirigente.
Trabalho remoto
Uma das principais reclamações dos empregados que estão em trabalho remoto são as quedas frequentes do sistema. “Para minimizar esse problema, é importante que a Caixa implemente a redução na jornada, com o escalonamento dos empregados”, cobra Dionísio.
Contigenciamento das agências
Apesar do Banco Central ter autorizado o contigenciamento e a mudança do horário de atendimento, a direção da Caixa não efetuou alterações nesse sentido de forma centralizada. Além disso, o governo federal tem colocado a população para dentro das unidades.
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“É urgente que a direção da Caixa entenda a gravidade da situação e tome todas as medidas possíveis para proteger a saúde de empregados e clientes. Se o BC autorizou mudança de horário de atendimento e contigenciamento, não existe justificativa plausível para não aplicar tais medidas. Além disso, é preciso que o governo federal tenha o mínimo de responsabilidade e não leve toda a população para dentro das agências da Caixa sem necessidade, inclusive em questões que sequer estão definidas como, por exemplo, o auxílio de R$ 200 para trabalhadores informais, medida que sequer existe no momento e já gera uma corrida às agências. Uma falta de responsabilidade por parte do governo com a saúde da população e dos empregados da Caixa˜, enfatiza o diretor do Sindicato.
Reivindicações
De acordo com o coordenador da CEE/Caixa, na próxima semana provavelmente não será possível abrir todas unidades e, para garantir o atendimento da população, a Caixa deveria adotar rodízio, contigenciando o atendimento.
"A Caixa já deveria estar adotando revezamento e redução na jornada. É importante reforçar também que, após muita cobrança, o banco garantiu que todos os empregados em grupo de risco estão liberados, sem necessidade de comprovação. Lembrando que isso não é uma opção, nem para o gestor e nem para o empregado. Além disso, agora é hora da Caixa se responsabilizar pela pessoas que estão sendo atingidas pelas políticas restritivas dos governos, em especial as mães e pais, que devem cuidar das crianças sem escola", conclui Dionísio.
Problemas? Denuncie ao Sindicato
O Sindicato disponibilizou um canal exclusivo de denúncias sobre o coronavírus e problemas nos bancos. Seu banco não está crumprindo o acordado? Mande sua denúncia por aqui. Bancários também podem denunciar pelo whatsapp (11 97593-7749) ou pela Central de Atendimento, via chat ou solicitação via formulário. As denúncias também podem ser feitas diretamente a dirigentes sindicais.
Confira abaixo quais os protocolos divulgados pela Caixa em relação aos casos suspeitos e confirmados de coronavírus nas unidades.
“Em continuidade às ações de prevenção ao COVID-19 (Coronavírus), orientamos os gestores de Unidade para adoção dos seguintes protocolos:
Protocolo 1
Para o caso de confirmação ou suspeita de COVID-19 (Coronavírus), evidenciado pela apresentação do exame ou atestado médico decorrente de caso suspeito com CID B34.2 / B97.2 a seguir:
Afastar imediatamente o empregado, conscientizando-o sobre a necessidade de buscar isolamento e acompanhamento médico, conforme informações amplamente divulgadas pelo Ministério da Saúde;
Notificar área de Pessoas (GipesSP e GERET 10) e Superior Hierárquico de forma concomitante, ..."
Adoção do protocolo de quarentena inicial de 5 dias, para avaliação, podendo se estender para 14 dias (no caso de sintomas em algum outro empregado ou terceirizado) em prol da saúde individual e coletiva;
Agendar com a Logística o horário de higienização da unidade;
Protocolo 2
Para os empregados com sintomas similares:
Afastar ou priorizar no Projeto Remoto empregados gripados, tossindo, com coriza, febre ou dor de garganta, juntamente com os Grupos de Risco elencados na CE SUBER 006 e 007/2020.
Reforçando: No caso de Atestado Médico, o empregado já estará fora da unidade. No caso do empregado que apresente os sintomas citados acima e não apresente atestado médico, deve ser colocado em Projeto Remoto.
Protocolo 3
Prevenção:
Para casos não previstos nos protocolos 1 ou 2, o Gestor já conta com as soluções de Projeto Remoto, flexibilização de marcação de férias, bem como os afastamentos disponíveis como APIP ou Licença Prêmio;
A situação deve ser tratada de forma transparente, mantendo sempre a serenidade e tranquilidade junto à equipe, informando que as ações tem o objetivo de prevenir a contaminação, preservar a saúde dos empregados e garantir continuidade do atendimento à população.
Equipe já em Projeto Remoto: Estabelecer plano de trabalho com todos os empregados para execução durante o período de Projeto Remoto, podendo ser incluídos cursos oferecidos pela Universidade CAIXA e Alura e criar grupo de apoio e troca de informações entre os empregados, seja em relação a saúde de todos e dos desafios e aprendizados por estar em Projeto Remoto."