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Chapéu
Internacional

Bancários participam como observadores nas eleições da Colômbia

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Observadores internacionais nas eleições parlamentares da Colômbia

A Colômbia iniciou na noite do domingo 13 a apuração das suas eleições parlamentares, que servem como prévias para o pleito presidencial, que ocorrerá em 29 de maio. Durante o processo eleitoral, o pleito contou com 700 observadores, organizados pela MOE (Movimento de Observação Eleitoral). Destes, 85 eram observadores internacionais. Entre eles, 29 bancários brasileiros, incluídos a diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e presidenta da UNI Finanças Mundial, Rita Berlofa, e o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

“Esta é a primeira eleição na Colômbia após o pacto de paz, que fará cinco anos em novembro. Neste pacto foram previstas cadeiras, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado, para populações vítimas da violência, indígena, negra, e sociedade como um todo. Esta foi uma novidade, o que tornou esta eleição diferente de todas as já ocorridas na Colômbia. Mas não diferente de outros processos, essa eleição ocorreu em um clima de muita violência, muita polarização.”  

Rita Berlofa, diretora do Sindicato e presidenta da UNI Finanças Mundial

“Por isso a importância de se ter uma delegação internacional para fazer a observação do pleito foi muito grande. Um trabalho coordenado pela UNI e pela CUT (Central Unitaria de Trabajadores de Colombia), aqui da Colômbia, para ajudar o país neste processo (…) Quero parabenizar a todos, sobretudo bancários e bancárias, que atenderam o chamado da UNI para fazer parte deste processo”, acrescenta.   

Denúncias 

A presidenta da UNI Finanças Mundial relata que ocorreram muitas denúncias quanto ao pleito. “Desde denúncias de pessoas vítimas de violência, que possuem o direito a ocupar 16 cadeiras na Câmara, de que tinham dificuldades para fazer a campanha, uma vez que não lhes foram dados recursos financeiros e nem garantida a sua segurança pelo governo. Também tivemos denúncias de que os partidos tradicionais se imiscuíram para apresentar candidatos que não foram vítimas de violência como se assim fossem. Tivemos, por exemplo, a denúncia de que um filho de militar se candidatou nessas vagas das vítimas. Um absurdo”, relata. 

“Outra grave denúncia foi de que muitos cidadãos se inscreveram para votar, mas as inscrições não apareceram. Ou seja, desta forma se nega o direito ao voto. Também tivemos denúncias importantes sobre a insegurança do translado dos votos das zonas rurais para o centro de escrutínio destes votos. Assim como também recebemos denúncias de consulados apontando que formulários que eles receberam não tinham espaço para colocação da assinatura e impressão digital de votantes, abrindo precedentes para fraudes. Também soubemos que na localidade de Santa Marta foram feitas barricadas nas estradas para impedir a população de ir votar. Um grande absurdo”, acrescenta. 

As denúncias recebidas pelos observadores serão reunidas e incluídas em documento oficial. 

Resultados 

Até 21h do domingo, a coalizão Pacto Histórico estava com 4,374 milhões de votos. Destes, Gustavo Petro recebia 3,512 milhões, 80%. A coalizão Equipo por Colômbia (direita) tinha 2,969 milhões, dos quais 1,620 milhão (55%) destinados ao ex-prefeito de Medellín Federico Gutierréz. Já a Coalición Centro Esperanza (centro-esquerda) estava com 1,741 milhão, distribuídos entre os pré-candidatos, com vantagem para Sergio Fajardo (570 mil votos, 33%), ex-prefeito de Medellín. 

“O resultado foi histórico. A esquerda conseguiu eleger um terço do Senado e a maioria da Câmara. Isso através do pacto liderado por Gustavo Petro, que até então tem sido apontado como o candidato favorito da população colombiana para ser eleito presidente no dia 29 de maio”, conclui Rita Berlofa. 

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