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Chapéu
Artigo

Neiva Ribeiro: Cooperação internacional como estratégia sindical de combate à exploração

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Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários

Participamos da 6ª Conferência da UNI Américas, que ocorreu em La Falda, município da província de Córdoba, na Argentina, no mês de dezembro, com a participação de 600 delegados e 140 organizadores sindicais de 28 países do continente americano.

Debatemos grandes temas, com impacto sobre a vida, o trabalho e os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do setor de serviços e pudemos trocar experiências sobre nossos setores, nossos países, compartilhamos estratégias bem sucedidas de organização, sindicalização e enfrentamento aos ataques de direito a democracia, que é uma luta global da classe trabalhadora.

Discutimos a organização dos jovens e mulheres do setor financeiro e compusemos diversos comitês dentro dos comitês da UNI, com o presidente da UNI Américas, o argentino Héctor Daer, além de elegermos o companheiro Márcio Monzane, Secretário Regional de UNI Américas.

Foram dias de muito aprendizado para todos os dirigentes, especialmente para os jovens, compartilhando nossas campanhas, nossas lutas, para romper barreiras e fortalecer a solidariedade e a esperança coletiva.

Na Argentina, também destacamos a luta contra governos fascistas e autoritários, enfrentados nos últimos anos, durante a gestão do ex-presidente Bolsonaro, do atual presidente argentino Javier Milei e a violência enfrentada por sindicalistas na Colômbia. Os desafios continuam frente um Congresso conservador, que impede a regulamentação de uma terceirização sem limites, como presenciamos no banco Santander.

A prática de integração e cooperação internacional é uma estratégia sindical de intercâmbio de informações e compreensão dos diversos modelos de organização dos trabalhadores em todo mundo, uma forma de combater a pressão do capital, como as ameaças globais impostas pelas extrema-direita.

China

Na China, onde compusemos uma delegação sindical, foi possível ter acesso a um outro modelo de desenvolvimento, com forte atuação estatal, em uma dinâmica de relações trabalhistas e sindicais que, sem dúvida, inspira o aprimoramento de boas práticas. Importante, ainda, apresentar nosso modelo de atuação e abrir caminhos de debates acerca do futuro do trabalho.

G20 Social

O fortalecimento do Sul Global como uma potência mundial passa pela organização dos trabalhadores, pelas demandas do mundo do trabalho. O G20 Social é um outro bom exemplo de espaços de debate internacional. Na declaração final que tratou de três eixos norteadores: Combate à Fome, à Pobreza e à Desigualdade; Sustentabilidade, Mudanças do Clima e Transição Justa; Reforma da Governança Global, foi destacada a relevância da centralidade do trabalho decente como elemento essencial na superação da pobreza e das desigualdades.

A participação dos trabalhadores unidos em instâncias municipais, estaduais e globais reflete o modelo democrático popular que acreditamos e lutamos para alcançar.

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