Em postura de extremo desrespeito com o poder judiciário, o Santander relutou por meses para reintegrar um bancário demitido adoecido, em função da atividade laboral, mesmo com ordem judicial para a reintegração do trabalhador. Somente após muita luta no judiciário, o bancário foi reintegrado e teve seu plano de saúde reestabelecido.
Entenda o caso
Diante da sua demissão em tratamento por doença psiquiátrica, ocasionada em decorrência da sua atividade laboral no banco, o bancário ingressou na Justiça com ação de tutela de urgência para a sua reintegração. Em dezembro de 2021, em primeira instância, a juíza determinou a reintegração do bancário, assim como o restabelecimento do plano de saúde.
Entretanto, o Santander impetrou mandado de segurança para cassar a decisão. Por sua vez, o Tribunal, em decisão de segunda instância, referendou a reintegração. Mesmo com a confirmação do Tribunal, o Santander seguiu se recusando a cumprir a determinação judicial.
O Santander passou a postergar cada vez mais a reintegração. Inicialmente, alegou que o bancário estava trabalhando, o que não era verdade. Depois, afirmou que buscava um acordo, o que também não era verdade. Em audiência, o representante do Santander chegou a alegar que desconhecia a data exata determinada para a reintegração, faltando mais uma vez com a verdade.
Após nova audiência, o Santander comprovou a reintegração do bancário perante ao judiciário. Porém, quando o bancário procurou o RH do banco, foi informado que foi novamente demitido. Fato este que indignou a juíza responsável pelo caso, que determinou ao Ministério Público Estadual que apurasse os crimes cabíveis cometidos pelo Santander no desenrolar do processo, uma vez que descumprimento de ordem judicial configura crime.
Por fim, passados cerca de três meses da primeira determinação judicial pela reintegração, o Santander finalmente reintegrou o bancário.
Sindicato acompanha o caso
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região acompanha o caso deste bancário de perto para evitar que ele seja novamente demitido ou sofra qualquer represália por parte do banco.
“Este caso é uma sequência de absurdos por parte do Santander, a começar pela demissão de um bancário adoecido, em decorrência da sua atividade no banco, e em tratamento de saúde. Depois, a recusa por três meses em cumprir ordem judicial, utilizando-se dos mais variados artifícios, para não reintegrar o trabalhador. Esse é o nível do desrespeito do Santander para com os seus trabalhadores e com o judiciário do Brasil, país do qual retira 30% do seu lucro global”
Ana Marta Lima, dirigente do Sindicato e bancária do Santander