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Terceirizar não combina com desenvolver, diz Artur

Linha fina
Presidente da CUT afirma que não adianta ser a sexta economia do planeta se trabalho é precarizado
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São Paulo - O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique, afirmou que a prática da terceirização não combina com desenvolvimento defendido pelos trabalhadores. Para ele, de nada adianta o Brasil estar forte na economia, mas com a precarização do trabalho generalizada.

O sindicalista participou do painel A Terceirização, Desenvolvimento Econômico e Impactos no Mundo do Trabalho, na tarde de quinta 12, primeiro dia do Seminário Acadêmico sobre Terceirização, realizado pelo Fórum Nacional Permanente em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização na quinta 12 e sexta 13.

“Estamos em pleno momento de debater o modelo de desenvolvimento que queremos. Não podemos continuar batendo no peito pelo fato de termos chegado a sexta economia do mundo e continuar tendo trabalho escravo e terceirização", afirmou. "Estamos sem dúvida vivendo um momento melhor para o país, mas temos de enfrentar a precarização que é uma questão central ao capitalismo hoje.”

Artur elencou diversas maneiras em que a terceirização é nociva. "Reforça os valores neoliberais de individalismo e competitividade e ataca valores de solidariedade", disse. "Terceirizados não têm sentimento de pertencer à categoria, portanto, ela ataca a luta de classes, que não acabou, apesar do que pregam alguns", acrescentou, antes de lembrar que os terceirizados ganham, em média, 27% menos do que o não terceirizado que exerce a mesma função.

A reação, para ele, é mobilização. "É preciso intervenção no Congresso, na sociedade, junto ao governo e outros setores", afirma. O combate ao projeto de Sandro Mabel (PMDB-GO) e seu substitutivo, do deputado Roberto Santiago (PSD-SP) é um dos pontos centrais: "Se aprovado, será desastroso para os trabalhadores e a sociedade como um todo." Artur também questionou a legitimidade da proposta. O deputado Santiago apresentou o projeto como um consenso entre trabalhadores e empresários, mas a CUT não participou dessa discussão. “A CUT e várias centrais (CTB e Intersindical) são contrárias a esse projeto".

Artur Henrique ressaltou ainda que a terceirização também causa prejuízos nos serviços aos clientes, citando como exemplo o setor elétrico: "leva-se cinco anos para formar um bom técnico, e como você consegue bons técnicos se a rotatividade nas terceirizadas é muito alta?", questionou.

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Andréa Ponte Souza - 13/4/2012

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