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'PL da terceirização é atrocidade', diz Vagner Freitas

Linha fina
Presidente da CUT denuncia a desregulamentação do mercado de trabalho e pede fim do financiamento privado de campanha para conter influência política do empresariado e ataques aos direitos trabalhistas
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São Paulo – Para o presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, o PL 4330, em tramitação no Congresso Nacional, significa acabar com a carteira assinada e com os direitos trabalhistas". Vagner Freitas esteve em Brasília na terça 7 (foto) para as manifestações que buscavam barrar a aprovação pela Câmara do projeto que regulamenta a terceirização.

Ele falou à repórter Thelma Torrecilha, da Rádio Brasil Atual, também na terça 7, antes da aprovação da proposta pela Câmara na noite de quarta 8. O 4330 tem ainda de será analisado pelo Senado.

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"Pura e simplesmente, desregulamenta todo o mercado de trabalho. Por exemplo, o trabalhador no Bradesco, na Ford, Mercedes, Bombril pode ser demitido e essas empresas podem contratar um terceiro para fazer o trabalho dos contratados, obviamente, ganhando metade do salário, com metade dos benefícios", afirma Freitas sobre os impactos da proposta.

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Para o presidente da CUT, no caso da aprovação do projeto de lei, que ainda será apreciado pelo Senado, o "empregador só vai assinar a carteira do empregado se quiser", e ressalta que os terceirizados são, ainda, os que estão mais expostos a doenças e morte no ambiente de trabalho.

"É isso que vai acontecer. É o famigerado projeto do (ex-deputado) Sandro Mabel (PMDB-GO) que, agora, foi remodelado por Paulinho Pereira (SD-SP) e Arthur Maia (SD-BA), fazendo uma atrocidade, tirando direitos do trabalhadores”, afirma Vagner Freitas.

Ele ressanta, ainda, que a colocação desse projeto na pauta mostra a necessidade de acabar com o financiamento empresarial das campanhas e promete denunciar deputados que votarem a favor do PL.

"Esses deputados estão devolvendo o que foi financiado pelas empresas e empresários inescrupulosos que querem, agora, arrebentar com o mercado de trabalho, retirar todos os direitos dos trabalhadores, para ter mão de obra barata à sua disposição. Eles esquecem que podem ter o dinheiro dos empresários, mas vão precisar do voto do trabalhador."

Freitas disse que os movimentos sindicais e sociais querem a abertura de negociações e exigem a retirada do projeto de um parágrafo que determina que qualquer contrato de trabalho no Brasil pode ser terceirizado. "Isso arrebenta todo o processo do mercado de trabalho; esse parágrafo precisa ser retirado imediatamente para começar qualquer negociação", afirmou.


Rede Brasil Atual - 8/4/2015
(Atualizado às 11h54 de 9/4/2015)

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