São Paulo – Com agências e concentrações paralisadas, os bancários iniciaram, na manhã da quarta-feira 15, sua participação no dia nacional de luta contra o PL 4330, que libera a terceirização até para as atividades-fim das empresas. Os protestos são organizados pela CUT e outras centrais como CTB, Intersindical e Nova Central, seus sindicatos filiados, movimentos populares do campo e da cidade, entre eles sem-terra, sem-teto e estudantes.
Os bancários cruzaram os braços contra a terceirização em agências da região do Largo da Batata, zona oeste de São Paulo, onde, a partir das 17h, reúnem-se a diversas outras categorias como professores, metalúrgicos, metroviários, químicos, comerciários, petroleiros em um grande ato contra o PL 4330.
Concentrações de grandes bancos também pararam como o ITM e CAT, do Itaú, Vila Santander e Santander Boa Vista, BB Crédito Imobiliário, Bradesco Telebanco e Gilog da Caixa.
A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, foi às ruas ao lado dos trabalhadores e ressalta que o número de estabelecimentos que prestam serviço de correspondente bancário cresceu 2.313% entre 2000 e 2014, atingindo 331 mil em junho do ano passado, de acordo com o Banco Central. “Com a aprovação do 4330, a terceirização vai aumentar e atingir todos os setores, como as gerências, caixas e áreas de tecnologia, podendo colocar em risco o sigilo bancário”, destaca. “A terceirização vai afetar também os clientes e pode provocar um risco sistêmico para a economia brasileira”, acrescenta a dirigente.
Não pode passar – Além de atacar os direitos duramente conquistados pelos trabalhadores, o PL 4330 autoriza a terceirização praticamente ilimitada, com impactos negativos também para o consumo – diante da perspectiva de redução do rendimento dos trabalhadores –, para a arrecadação do governo, Previdência e para os programas habitacionais, entre outros.
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No dia 8, o projeto de lei foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, por 324 votos contra 137. A maioria dos favoráveis (164) era do chamado bloco patronal, formado por parlamentares empresários dos mais diversos setores. “O projeto de lei seguirá para apreciação do Senado e, além dos protestos nas ruas, os trabalhadores podem enviar mensagens, cobrando que os políticos respeitem seus direitos”, reforça Juvandia (www.senado.gov.br/senadores e www2.camara.leg.br/deputados/liderancas-e-bancadas).
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Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, é precisar estar atento ao fato de que, ao contrário do que dizem os empresários e a mídia tradicional, o PL 4330 não vai proteger quem já é terceirizado. “O projeto vai é tornar todo mundo terceirizado. Estamos diante de um forte ataque do Congresso Nacional aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.”
Outros protestos – Em São Paulo também estavam previstas paralisações, logo pela manhã, no setor industrial, transportes, além de atrasos nas entradas de fábricas e fechamento de rodovias.
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Algumas empresas dos setores metalúrgico e químico, entre outros, e unidades da Petrobras tiveram atrasados os turnos de entrada. Professores da rede pública estadual em greve há um mês reforçarão o movimento.
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Haverá ainda um ato a partir das 15h, em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na Avenida Paulista, 1.313), organizado pela Central de Movimentos Populares.
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Todo o país – Ocorrem, ainda, manifestações em outras capitais como Rio Branco (AC), Macapá (AP), Boa Vista (RR), Belém (PA), São Luís (MA), Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa PB), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador BA), Teresina (PI) e Vitória (ES), Campo Grande (MS) e em Brasília (DF).
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Andrea Ponte Souza, Cláudia Motta e Jair Rosa - 15/4/2015
(Atualizado às 14h07)