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São Paulo – Em 2015, 52% das negociações salariais resultaram em reajustes acima da inflação medida pelo INPC, 30% tiveram reposição do índice e 18% resultaram em reajustes abaixo da inflação. Os dados são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que analisou o resultado de 708 campanhas salariais no ano passado. O aumento real médio foi de 0,23%.
O resultado se mostra bem abaixo que os apresentados no ano anterior. Em 2014, das 779 unidades de negociação analisadas pelo Dieese, 90,2% tiveram reajustes acima da inflação, 7,3% igual ao INPC e 2,4% abaixo. Com variação real média de 1,34%.
Segundo o Dieese, desde 2004 não se verificava um resultado tão desfavorável aos trabalhadores. Naquele ano, 19% dos reajustes considerados ficaram abaixo da inflação, 26% tiveram valor igual e 55% resultaram em ganhos reais aos salários. Patamares bem próximos aos observados no ano passado. O aumento real médio naquele ano foi de 0,61%.
Mas o órgão pondera que, apesar da piora, os resultados de 2015 ainda são notoriamente melhores do que os observados no período anterior a 2004. Em 2002, por exemplo, 46,5% das negociações resultaram e reajustes abaixo da inflação, 27,7% igual ao INPC e 25,8% acima, com variação média de -0,72%. Em 1999, 50,3% das negociações nem sequer alcançaram a reposição da inflação (14,6% chegaram à reposição e 35,1% tiveram aumento real ), e a média dos reajustes também foi negativa (-0,45%).
Crise – O Dieese aponta o agravamento do quadro econômico como o possível motivo do fraco resultado das negociações no ano passado: “A elevação do patamar inflacionário, a queda na atividade econômica e o aumento das taxas de desemprego certamente influenciaram negativamente o desempenho das negociações coletivas no ano”.
Por setor – O Dieese também analisou os resultados por setores da economia: indústria, comércio e serviços. Dos três, o setor industrial foi o mais afetado, pois menos da metade dos reajustes alcançaram ganhos reais (45%) e 19% forma abaixo da inflação; 36% foram em valor igual à variação do INPC.
No comércio, 53% das negociações resultaram em aumentos reais, 32% em reposição das perdas e 15% foram abaixo da inflação.
No setor de serviços, onde se enquadra a categoria bancária, notou-se a maior proporção de aumentos reais: cerca de 62% das negociações coletivas. Mas as perdas reais chegaram a 18% das categorias desse setor (patamar próximo ao da indústria), e 20% tiveram reposição da inflação.
A categoria bancária seguiu a mesma tendência apontada no estudo. Após uma campanha difícil, em que os bancos começaram oferendo reajuste de apenas 5,5% (abaixo da inflação), os bancários conquistaram 10% para salários, piso e PLR (0,1% de aumento real), e 14% para os vales alimentação e refeição e para a 13ª cesta. Com os resultados da Campanha 2015, a categoria bancária acumula, em 12 anos, 20,83% de ganho real nos salários, 42,3% nos pisos e 26,30% nos vales.
Redação – 7/4/2016
O resultado se mostra bem abaixo que os apresentados no ano anterior. Em 2014, das 779 unidades de negociação analisadas pelo Dieese, 90,2% tiveram reajustes acima da inflação, 7,3% igual ao INPC e 2,4% abaixo. Com variação real média de 1,34%.
Segundo o Dieese, desde 2004 não se verificava um resultado tão desfavorável aos trabalhadores. Naquele ano, 19% dos reajustes considerados ficaram abaixo da inflação, 26% tiveram valor igual e 55% resultaram em ganhos reais aos salários. Patamares bem próximos aos observados no ano passado. O aumento real médio naquele ano foi de 0,61%.
Mas o órgão pondera que, apesar da piora, os resultados de 2015 ainda são notoriamente melhores do que os observados no período anterior a 2004. Em 2002, por exemplo, 46,5% das negociações resultaram e reajustes abaixo da inflação, 27,7% igual ao INPC e 25,8% acima, com variação média de -0,72%. Em 1999, 50,3% das negociações nem sequer alcançaram a reposição da inflação (14,6% chegaram à reposição e 35,1% tiveram aumento real ), e a média dos reajustes também foi negativa (-0,45%).
Crise – O Dieese aponta o agravamento do quadro econômico como o possível motivo do fraco resultado das negociações no ano passado: “A elevação do patamar inflacionário, a queda na atividade econômica e o aumento das taxas de desemprego certamente influenciaram negativamente o desempenho das negociações coletivas no ano”.
Por setor – O Dieese também analisou os resultados por setores da economia: indústria, comércio e serviços. Dos três, o setor industrial foi o mais afetado, pois menos da metade dos reajustes alcançaram ganhos reais (45%) e 19% forma abaixo da inflação; 36% foram em valor igual à variação do INPC.
No comércio, 53% das negociações resultaram em aumentos reais, 32% em reposição das perdas e 15% foram abaixo da inflação.
No setor de serviços, onde se enquadra a categoria bancária, notou-se a maior proporção de aumentos reais: cerca de 62% das negociações coletivas. Mas as perdas reais chegaram a 18% das categorias desse setor (patamar próximo ao da indústria), e 20% tiveram reposição da inflação.
A categoria bancária seguiu a mesma tendência apontada no estudo. Após uma campanha difícil, em que os bancos começaram oferendo reajuste de apenas 5,5% (abaixo da inflação), os bancários conquistaram 10% para salários, piso e PLR (0,1% de aumento real), e 14% para os vales alimentação e refeição e para a 13ª cesta. Com os resultados da Campanha 2015, a categoria bancária acumula, em 12 anos, 20,83% de ganho real nos salários, 42,3% nos pisos e 26,30% nos vales.
Redação – 7/4/2016