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Por mais direitos, 1º de Maio no Anhangabaú

Linha fina
Manifestação terá momento político, ecumênico e cultural para alertar população sobre o golpe
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São Paulo – As entidades e movimentos que compõem a Frente Brasil Popular se organizam para um 1º de Maio caracterizado pela ameaça de retirada de direitos sociais e sob perspectiva de derrubada de um governo eleito de forma legítima. Em São Paulo, as atividades já começam com um "escracho" à bancada de senadores (Aloysio Nunes Ferreira e José Serra, do PSDB, e Marta Suplicy, do PMDB), para que votem contra o processo de impeachment. O principal ato do 1º de Maio está marcado para o Vale do Anhangabaú, na capital paulista, a partir das 10h do domingo.

As intervenções políticas devem ocorrer depois do meio-dia, e às 14h começam os shows musicais. Estão previstas as presenças de Beth Carvalho, Martinho da Vila, Detonautas, Chico Cesar e Luana Hansen. Segundo os organizadores, também haverá feira gastronômica, entre outros serviços.

"Iremos alertar para o conjunto da classe trabalhadora e dos movimentos populares que o golpe em curso é a tentativa da direita de retornar ao poder para flexibilizar as leis trabalhistas e desconstruir tudo aquilo que foi construído com muita luta", afirma o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo. "Além de lutar pela manutenção da democracia, estamos apontando aos golpistas que não aceitaremos nenhum tipo de retrocesso", acrescenta.

O 1º de Maio de 2016 acontece num cenário em que um governo democrático e popular, reeleito com mais de 54 milhões de votos, corre o risco de ser destituído sem que haja crime de responsabilidade.

Para piorar, o país pode passar a ser governado por Michel Temer, citado em delações da Operação Lava Jato, e Eduardo Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal e acusado de participação em diferentes crimes. Ambos são do PMDB, partido que já sinalizou, por meio do documento Ponte para o Futuro, a necessidade de mexer nos direitos trabalhistas e sociais conquistados nos últimos anos, além de ameaçar a continuidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e de propor privatização das empresas públicas, entregando o patrimônio nacional a grupos estrangeiros.

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Bancários - Um 1º de Maio de luta em defesa da democracia. Essa foi a principal resolução da reunião de organização do Comando Nacional dos Bancários, nesta segunda-feira 25, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo.

Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato, vice da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando, concorda. “Precisamos fazer um 1º de Maio que mobilize o Brasil inteiro. Não tem nada perdido. O jogo só acaba quando termina. Temos que continuar indo para as ruas e denunciar o golpe que está em curso.”

Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional, convoca a categoria para continuar nas ruas. “Os bancários estiveram em todas as lutas travadas pelos movimentos sociais até agora. Nós tivemos muita unidade para assumir o protagonismo desse processo até agora.”

Luta continua - Depois do Dia do Trabalho, entre 2 e 9 de maio, a Frente Brasil Popular vai realizar vários atos para pressionar os senadores paulistas contra o impeachment. “Nossa primeira meta é conseguir o voto dos senadores. E dar o recado que os movimentos sociais não aceitarão o golpe. Vamos pressionar e realizar escrachos contra o (Michel) Temer, o (Eduardo) Cunha e os senadores”, afirmou o coordenador da frente em São Paulo, Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares.

Os movimentos que compõem a frente também estão organizando um dia nacional de paralisações e greves, com travamento de vias e manifestações. E vão seguir realizando mobilizações nas periferias das cidades para informar a população sobre os objetivos dos que pretendem a mudança de governo – como flexibilização das leis trabalhistas, fim da obrigação de destinar verbas à saúde e educação e fim da política de valorização do salário mínimo.

A Frente Povo Sem Medo, liderada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), pretende realizar uma forte mobilização com travamento de rodovias e avenidas, ocupações e manifestações, como um recado para os parlamentares que votarem a favor do impeachment. “O que precisa ficar claro é que um governo Temer não vai ter apoio popular e nem vida fácil para aprovar o seu projeto”, afirma o coordenador estadual do MTST em São Paulo, Josué Rocha.


Redação, com informaões da CUT, Rede Brasil Atual e Contraf-CUT - 26/4/2016
(Atualizada às 14h08 de 27/4/2016)
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