São Paulo – Portugal está vencendo sua crise econômica sem recorrer a fórmulas de austeridade. A afirmação é da revista britânica The Economist. De acordo com a publicação, o governo do primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista, no poder desde novembro de 2015, reduziu o déficit fiscal ao mesmo tempo em que aumentou os salários e aposentadorias.
O caminho adotado por Costa – aumentar o investimento governamental para elevar a demanda interna e impulsionar o crescimento - é o oposto ao adotado pelo governo de Michel Temer no Brasil, que já congelou os investimentos públicos por 20 anos (PEC 241), liberou a terceirização irrestrita e agora investe na aprovação das reformas da Previdência – que eleva a idade mínima para 65 anos para todos e reduz o valor dos benefícios – e trabalhista – que enterra os direitos trabalhistas ao permitir que um acordo entre patrão e empregado se sobreponha à legislação.
De acordo com a reportagem da The Economist, Portugal conseguiu reduzir seu déficit orçamentário à metade em 2016, chegando a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o melhor resultado registrado desde a transição democrática, em 1974. Além disso, o país também atingiu a meta estabelecida para nações zona do euro de reestabelecer salários, aposentadorias e horas trabalhadas aos níveis anteriores à crise de 2008.
Tempos de austeridade – Entre 2011 e 2014, sob o comando do primeiro-ministro conservador Pedro Passos Coelho, Portugal implementou um extenso programa de austeridade. No entanto as medidas agravaram a crise e, em 2014, o crescimento do PIB era negativo e o desemprego batia nos 15%.
Em 2015, Costa chegou ao poder com a promessa de acabar com a austeridade a qualquer custo. E, em menos de dois anos, o cenário mudou. Para 2019, o Banco Central português prevê que o desemprego será reduzido para 7% e as exportações terão amento de 6%.
