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Chapéu
Ataque aos Trabalhadores

Em meio à pandemia, votação da MP 905 é mais um retrocesso

Linha fina
Para a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, o governo Bolsonaro insiste em privilegiar os banqueiros e os grandes empresários quando deveria estar zelando pela saúde da população e promovendo políticas públicas que garantam a manutenção dos empregos e salários a criação de novos postos de trabalho
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Arte: Contraf-CUT

A votação da Medida Provisória 905 (MP 905) – que impõe o trabalho aos sábados e feriados, jornada de 8 horas e ataca a PLR dos bancários –, prevista para esta terça-feira 14 na Câmara Federal, é mais um retrocesso para os trabalhadores neste momento grave de pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, o governo Bolsonaro insiste em privilegiar os banqueiros e os grandes empresários quando deveria estar zelando pela saúde da população e promovendo políticas públicas que garantam a manutenção dos empregos e salários, a criação de novos postos de trabalho e a retomada do desenvolvimento econômico e social.

>Votação da MP 905 radicaliza a precarização do trabalho durante e após a pandemia de coronavírus

“Estamos em um momento em que a MP 905, a da carteira de trabalho verde e amarela, nem deveria estar na pauta da Câmara. A situação econômica no país já é bastante grave, com precarização das relações de trabalho e retirada de direitos dos trabalhadores, e agora, com a pandemia, ficará ainda pior se o Estado não intervir no sentido de assegurar a sobrevivência dos empregos, das empresas e dos salários dos trabalhadores, além da vida da população, que é o mais importante”, enfatiza Ivone.

Para a dirigente, a MP 905 é mais um mecanismo do governo Bolsonaro para cobrar a conta da crise somente dos trabalhadores. “O governo Bolsonaro, inepto em políticas públicas e sem o mínimo de sensibilidade social neste momento, continua agindo a mando dos interesses de patrões que também não têm compromisso social e visam única e exclusivamente o lucro às custas da exploração dos trabalhadores”, acrescenta.

Para Ivone, o governo Bolsonaro, a exemplo do que vem fazendo os governantes de outros países, não deveria poupar esforços para sustentar ao máximo possível a renda dos trabalhadores, para que a economia não trave no período de quarentena e para que, passado este momento, a retomada das atividades produtivas possa se dar da maneira mais rápida possível. “No entanto as medidas tomadas pelo governo vão na contramão desse preceito básico e acabam por retirar renda dos trabalhadores, reduzir seus salários e direitos e colocar em risco toda a economia”, salienta a presidenta do Sindicato.

Jornada dos bancários e trabalho aos sábados

O texto original da medida provisória permitia a abertura dos bancos aos sábados e o aumento da jornada dos bancários de 6 para 8 horas. O relator alterou o texto para permitir o trabalho nos bancos aos sábados, aos domingos e aos feriados em casos específicos, como atividades que envolvam automação bancária; teleatendimento; serviços por canais digitais; áreas de tecnologia, segurança e administração patrimonial; e atividades bancárias em locais como feiras, shopping centers, aeroportos e terminais de ônibus, trem e metrô.

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