Os R$ 250 que serão pagos a partir de abril pelo novo auxílio emergencial não são suficientes para cobrir as necessidades básicas dos beneficiários em nenhuma das 27 unidades da federação, seja na zona rural ou nas cidades.
É o que aponta estudo feito pelos pesquisadores do Insper Naercio Menezes Filho e Bruno Komatsu, que simulou o comportamento dos dados de pobreza e desigualdade com o novo auxílio emergencial.
O programa do auxílio emergencial vai pagar menos e a um volume menor de brasileiros. Em 2020, ele custou R$ 290,9 bilhões, montante reduzido para R$ 44 bilhões em 2021, conforme o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) aprovado pelo Congresso em 15 de março.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas divulgado no fim de janeiro mostra que 27 milhões de pessoas vivem com menos de R$ 246 por mês, ou R$ 8,20 por dia. O número de pessoas vivendo em situação de miséria apresentado pela pesquisa representa 12,8% da população brasileira.
Além do aumento da miséria e da fome, a violência contra a mulher também aumentou nos últimos meses. Com a pandemia, as mulheres tiveram a dupla jornada elevada. Sem escolas abertas, as mães assumiram o cuidado das crianças integralmente. Muitas seguiram trabalhando fora de casa sem direito à quarentena. Milhares de mulheres tiveram de arcar com o cuidado dos idosos, ainda mais fragilizados com a pandemia.
Diante deste cenário desolador, a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (UMM-SP) retomou sua campanha de arrecadação e distribuição de cestas básicas em regiões em que atua, com foco nas ocupações urbanas (de prédio e terra), favelas, cortiços e mutirões autogestionários.
Com mais de 30 anos de atuação nas periferias da cidade, a UMM tem identificado as regiões e famílias mais vulneráveis, para que as doações cheguem em quem mais precisa.
Em 2020, a UMM arrecadou e distribuiu aproximadamente 100 mil cestas básicas e kits de limpeza. No entanto, apesar da pandemia e da crise econômica continuar em 2021, tem ocorrido muita dificuldade para a arrecadação de novas doações.
As lideranças da UMM, que atuam em todas as regiões de São Paulo, promovem um trabalho junto à população mais vulnerável e, a partir disso, têm realizado ações de orientação social, disseminação de informações e distribuição de alimentos, a fim de diminuir os efeitos econômico-sociais da propagação da Covid-19 e também com isso dar suporte para que o isolamento físico de fato aconteça.
“O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região encampa esta campanha e pede para que os bancários contribuam. A pandemia afetou a todos, mas em um país com índices de miséria tão elevados, e que conta com um governo pouco sensível às carências da maior parte da população, é fundamental que todos nós façamos algo a fim de aplacar a carestia que atinge tantas pessoas”, afirma Dionísio Reis, secretário de Relações Sindicais e Sociais do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Acesse este link para contribuir com a campanha da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo.