O Itaú deu mais uma demonstração de falta de compromisso em amenizar o momento trágico que vivemos. Em meio a uma das fases mais agudas da pandemia de Covid-19, o banco segue demitindo trabalhadores sem nenhuma justificativa plausível, deixando famílias inteiras à própria sorte. Pelo menos 15 deles foram desligados nos últimos dias.
Na última semana, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região recebeu diversas denúncias de demissões na área célula de suporte a agências físicas e digitais, que pertence à superintendência de automação e suporte a rede, que por sua vez integra a diretoria de operações. Outras demissões teriam acontecido nas áreas de Veículos e de Crédito Consignado.
Parte dos trabalhadores estavam lotados no CA Pinheiros; ao menos quatro deles relataram injustiças cometidas nas demissões, já que eles sequer tiveram oportunidade realocação e todos tinham boa performance, o que tornam os desligamentos inexplicáveis. Um dos demitidos estaria em processo de seleção para outra área e, ainda assim, foi mandado embora.
O Sindicato, em contato com a área de Relações Sindicais do Itaú, foi informado de que o banco estaria passando por “um processo de modernização e automatização das esteiras operacionais”, que envolveria toda a diretoria de operações. Cerca de 100 pessoas já teriam sido alocadas para outras áreas, mas outras não teriam o perfil para “novos desafios” e, por isso, foram demitidas.
Em relação às demissões nas áreas de veículo e crédito consignado, o banco alega estar reestruturando os dois setores.
Perguntado pelo Sindicato, em reunião da Comissão de Organização dos Empregados do Itaú (COE) qual seria este perfil, o representante do banco não soube responder e disse que traria, depois, uma resposta definitiva.
Outras demissões estariam previstas para os próximos meses, mas o banco não informou quantos já foram deligados e quantos ainda devem ser.
“Estas demissões estão ocorrendo durante uma fase aguda da pandemia, um momento terrível para todo o país, em especial para São Paulo. O banco deveria suspender as demissões ou, ao menos, realocar os trabalhadores, já que os números de contratações apresentados pelo banco superam o de demissões. É hora do Itaú mostrar que tem responsabilidade social”, critica a integrante do COE e bancária do Itaú, Valeska Pincovai.