O Sindicato dos Bancários de São Paulo segue com a campanha para denunciar a reestruturação em curso no Bradesco que está resultando em mais fechamento de agências, em cortes de postos de trabalho, em sobrecarga e em adoecimentos nos trabalhadores, além de superlotação nas unidades bancárias remanescentes.
Nesta quarta-feira 17, o protesto se concentrou no Bradesco International Plaza, na região da avenida Faria Lima, um dos principais pólos financeiros do país.
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Por meio de uma atividade de caráter lúdico e circense, bancários denunciaram o fechamento de agências e de postos de trabalho causados pela reestruturação visando o aumento da lucratividade.
Também foi distribuída aos bancários e clientes a Folha Bancária Edição Especial Bradesco, que aborda a defesa dos empregos e direitos dos bancários em meio à reestruturação.
“Seguimos denunciando a reestruturação que está penalizando clientes e funcionários por meio do fechamento de agências e de postos de trabalho. Um movimento que está piorando o atendimento, o que pode ser verificado pela posição do banco no ranking de reclamações do Banco Central”, afirma Mônica Akemi, dirigente sindical e bancária do Bradesco.
Bradesco no pódio de reclamações do Banco Central
O Bradesco figurou no pódio do ranking de reclamações do Banco Central nos últimos três trimestres de 2023. No quarto trimestre de 2023, quando foi feita a última medição, o banco galgou a terceira posição, com 2007 queixas procedentes.
“O ranking de reclamações do Banco Central é uma indicação clara de que o corte de postos de trabalho e o fechamento de agências estão causando a piora no atendimento”, afirma Mônica.
Bradesco fechou quase 1,8 mil agências nos últimos 4 anos
Entre o último trimestre de 2019 e o último trimestre de 2023, o Bradesco fechou 1.783 agências e 703 postos de atendimento bancário.
O fechamento de unidades bancárias veio acompanhado da redução de postos de trabalho e do aumento do número de clientes.
No segundo trimestre de 2016, período imediatamente anterior à aquisição do HSBC, o Bradesco possuía 89.424 empregados. No quarto trimestre de 2016, logo após a aquisição do banco britânico, o Bradesco passou a ter 108.793 empregados, já contando com os empregados da instituição financeira comprada. Houve, portanto, um acréscimo de 19.369 empregados.
Já no último trimestre de 2023, o Bradesco possuía 86.222 empregados, totalizando uma redução de 22.571 postos de trabalho em 7 anos.
Já com relação ao número de clientes, no quarto trimestre de 2016 o Bradesco tinha 92.455.480 clientes e uma relação de 849,83 clientes para cada bancário.
Passados sete anos, no quarto trimestre de 2023, a instituição financeira possuía 105.844.674 clientes, e uma relação de 1.227,58 clientes para cada um bancário. Um aumento de 44,5% no período.
Os dados são das Demonstrações Financeiras do Bradesco e do Banco Central, e foram compilados pelo Dieese.
“Os números comprovam a sobrecarga de trabalho nos últimos anos causada pela redução de postos de trabalho. Uma situação que pode ser verificada na maioria dos departamentos e agências, o que resulta, ainda, em uma série de adoecimentos. A reestruturação em curso não pode aprofundar este quadro. Se o Bradesco quer aumentar sua lucratividade, deve fazê-la por meio da melhora do serviço prestado aos seus clientes e por meio da redução da sobrecarga de trabalho. E isto passa pela contratação de mais bancários. Seguiremos nas ruas, departamentos e agências cobrando mais contratações”, afirma Mônica.
