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Justiça: Itaú é condenado a indenizar bancário obrigado a fazer "dancinhas"

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Imagem da estátua que representa a Justiça, acompanhada da frase "assédio não"

O Itaú foi condenado, na Justiça do Trabalho, por ter obrigado um bancário, junto com alguns colegas, a fazer uma "dancinha" para postar nas redes sociais. De acordo com o colunista do UOL, Rogério Gentili, a decisão judicial estipulou uma indenização de R$ 10 mil ao ex-gerente do banco, autor da ação, que atuava em uma agência localizada no bairro de Higienópolis, na capital paulista.

O bancário disse a Justiça ainda que o ambiente na agência era de muita tensão e constrangimento, com rispidez e grosserias na cobrança por metas. Segundo o trabalhador, superiores faziam cobranças na frente dos colegas, com ameaças de rebaixamento de cargo, demissão e uso de palavrões.

"Se não bastasse todos os assédios sofridos, houve oportunidade em que ele foi compelido pela gestora a fazer danças para postar nas redes sociais", afirmou à Justiça o advogado que representa o bancário. "Não era uma opção. Ele era forçado a dançar."

Na decisão que condenou o Itaú ao pagamento de indenização por danos morais, a juíza Juliana Cunha Rodrigues cita que uma testemunha confirmou que a supervisora exigia que os bancários gravassem vídeos dançando para vender produtos com preços promocionais e que a mesma tratava o ex-gerente de forma rude.

"As condutas do réu [Itaú] se traduzem em abuso de seu poder", avaliou a juíza na sua decisão.

“Infelizmente, este não é um caso isolado. Em 2021, o Itaú foi condenado por assédio sexual e moral contra uma bancária, que era coagida a se vestir de forma “sensual” para atrair clientes . Esses episódios evidenciam um padrão preocupante de desrespeito aos direitos dos trabalhadores”, enfatiza o dirigente do Sindicato e bancário do Itaú, Edegar Faria.

O Itaú recorreu da decisão da juíza e afirma que o bancário não era obrigado a fazer as danças. "As atividades mencionadas, como a participação em vídeos para redes sociais, sempre foram de caráter voluntário e recreativo, com o objetivo de promover a integração e o bem-estar entre os colaboradores", alega a defesa do banco.

“Trabalhadores vítimas de gestões abusivas frequentemente procuram ao Sindicato para dizer que suas denúncias ao Ombudsman (canal de denúncias interno do banco) retornam como improcedentes, especialmente quando o denunciado tem um nível hierárquico alto”, relata o dirigente do Sindicato.

O Sindicato orienta que os bancários que enfrentarem qualquer tipo de constrangimento ou pressão abusiva por metas, façam a denúncia por meio do Canal de Denúncias da entidade. O sigilo é garantido.

O bancário também pode entrar em contato com o Sindicato através do por meio da Central de Atendimento remota, pelo (11) 3188-5200, e-mail e WhatsApp, canais que funcionam das 9h às 18h.

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