Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Luta

Sindicato marcha em Brasília por redução de jornada e menos impostos para os bancários

Imagem Destaque
Bancários na Marcha da Classe Trabalhadora

Com a redução de jornada e a justiça tributária como motes, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região participou da Marcha da Classe Trabalhadora, realizada nesta terça-feira 29, em Brasília.

A mobilização reuniu a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e as demais centrais sindicais, somando diferentes categorias profissionais com um objetivo em comum: melhorar as condições de vida da classe trabalhadora.

A concentração em Brasília começou logo no começo da manhã, com milhares de trabalhadores reunidos na Praça da Cidadania, próxima à rodoviária de Brasília. Pouco depois, às 9h, teve início a Plenária da Classe Trabalhadora para reforçar a pauta de reivindicações da marcha. São 26 itens que podem ser conferidos na íntegra do documento.

Plenária da Classe Trabalhadora (Foto: Seeb-SP)

No decorrer da plenária, deputadas e deputados alinhados com a pauta da classe trabalhadora, ministros e lideranças sindicais discursaram reiterando as bandeiras do movimento. Concluído o debate, por volta das 11h, os trabalhadores saíram em caminhada até a Praça dos Três Poderes.

"É muito importante estarmos nesta plenária porque atualizamos nossa pauta conjunta e focarmos nas lutas mais importantes. Também reforçamos que somente com pressão sobre o congresso, judiciário e governo federal conseguiremos disputar a agenda política atual"

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

Isenção de IR beneficiará a categoria

A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, com descontos para quem recebe até R$ 7.000, foi uma das principais bandeiras da marcha. O Sindicato vem se mobilizando fortemente pela aprovação desse projeto (PL 1087/2025), que já foi apresentado pelo presidente Lula ao congresso.

Caso o PL seja aprovado, 54 mil bancários não precisarão pagar Imposto de Renda. Outros 68 mil terão descontos no valor a pagar e 26 milhões de brasileiros, no total, estarão isentos.

A isenção do IR sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) é outra demanda presente na pauta da classe trabalhadora. Há anos, o Sindicato pleiteia essa mudança que beneficiaria toda a categoria e injetaria ainda mais recursos na economia real, impactando positivamente toda a sociedade.

"Essa é uma pauta que beneficiará muito a categoria bancária. Por isso, é importante fazermos os pressão para que esse projeto seja aprovado da forma como foi apresentado pelo governo federal. Hoje, os super ricos praticamente não pagam impostos sobre seus lucros, dividendos e heranças. Enquanto isso, os trabalhadores são tributados na renda e no consumo. Precisamos de justiça tributária para que nosso país deixe de ser tão desigual", avalia Neiva Ribeiro.

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato, na Marcha da Classe Trabalhadora (Foto: Seeb-SP)

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, também ressaltou o combate à desigualdade tributária: "Estamos aqui lutando para isentar o trabalhador e para que o andar de cima também pague imposto. Essa luta é de todos nós e precisa estar nas ruas, nas redes e nesse país inteiro para construirmos um Brasil melhor."

Redução de jornada

O fim da escala 6x1 e a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial, também foram demandas presentes na marcha. Neiva Ribeiro ressaltou a redução como um agente imprescindível para a melhoria da saúde do trabalhador e para a geração de mais postos de trabalho.

"Já discutimos a redução de jornada na Campanha Nacional e acreditamos que ela trará muitos benefícios para a categoria. Com a redução, poderemos gerar mais empregos de qualidade e garantir melhores condições de saúde para os trabalhadores. O adoecimento em função do excesso de trabalho atinge grande parte da categoria e da sociedade. Precisamos pensar nisso e intensificar a luta pela redução de jornada", disse a presidenta do Sindicato.

Presidente Lula recebe a pauta dos trabalhadores

Ao final da plenária e da marcha em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu os representantes da CUT e das demais centrais sindicais (Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Pública e Intersindical). Lula ouviu as demandas levantadas pelas lideranças sindicais e reforçou o compromisso de seguir lutando pela implementação das pautas da classe trabalhadora.

Além do presidente Lula, estiveram presentes na entrega o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da presidência da República, Gleisi Hoffman, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

Concluída essa importante etapa, o movimento sindical seguirá pressionando o legislativo para que as demandas dos trabalhadores sejam atendidas.

A luta continua

A marcha desta terça-feira integra uma série de ações estratégicas que serão realizadas até 2026 para fortalecer a atuação do movimento sindical. Com o nome "Por um Brasil mais justo: Solidário, Democrático, Soberano e Sustentável", a iniciativa é organizada pelas centrais sindicais e tem o apoio do Sindicato.

A programação terá continuidade com as mobilizações do 1º de Maio, Dia Mundial do Trabalhador e da Trabalhadora. Diferentes atos políticos e culturais estão previstos por todo o país. Em todos eles, as bandeiras de luta da marcha serão reiteradas nas palavras de ordem e no diálogo com a população.

seja socio