São Paulo – Funcionários da ativa e aposentados do BB de São Paulo, Osasco e região reuniram-se na Quadra para debater questões a serem levadas para o 24º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, marcado para 17, 18 e 19 de maio.
No encontro realizado no sábado 4, foram tratados temas ligados ao plano de Funções, salários, condições de trabalho, ascensão profissional, saúde, Cassi, previdência, Previ e papel do banco público. Também foram eleitos (foto) 33 delegados de São Paulo, Osasco e região para os debates nacionais.
Uma das propostas é continuar a mobilização para que o Plano de Funções seja negociado pelo BB e que as alterações que trouxeram prejuízo para os funcionários sejam revistas. Um exemplo é a drástica redução do valor pago pelo exercício de função, que na prática limita de forma abusiva futuros aumentos salariais quando o funcionário for promovido por tempo ou por mérito.
Outro ponto importante é continuar a estratégia de luta que tem garantido aumento real nos últimos nove anos – somente no piso já foram 34% além da inflação.
“Nunca vimos uma política institucionalizada de assédio moral e práticas antissindicais no BB como atualmente e queremos acabar com isso. Somente vimos situação parecida durante a década de 1990, quando os governos neoliberais retiraram direitos dos trabalhadores e demitiram 50 funcionários. A diferença é que se antes estávamos defendendo os bancos públicos contra a privatização e tivemos anos sem reajuste, hoje temos aumento real e ainda há negociação, mas que precisa avançar”, afirma o diretor executivo do Sindicato Ernesto Izumi.
Conjuntura - Os cerca de 90 participantes também ouviram análise de conjuntura realizada pelo por Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O professor discorreu sobre a crise internacional e o combate que o governo está realizando para reduzir os efeitos no Brasil. Segundo Clemente, o governo priorizou quatro medidas essenciais, das muitas que o país necessita para garantir distribuição de renda e desenvolvimento econômico. Uma delas é a redução da Selic, o que influenciou na queda da taxa de retorno líquido de 8% para 2%, reduzindo pagamento a rentistas e aplicadores na ordem de R$ 70 bilhões. O montante foi direcionado para a desoneração tributária de empresas.
A redução do retorno tem forçado empresas a reavaliar se investem no mercado financeiro ou setor produtivo, com reflexo na economia. O mesmo fator afetou as Parcerias Público Privadas.
Quanto à inflação, Clemente apontou que a taxa acumulada no primeiro trimestre deste ano está em linha com o apresentando em anos anteriores. Para ele, os sindicatos devem fortalecer a proposta de valorização do emprego-salário-crescimento da renda com distribuição.
O professor registra, ainda, que dobrar a renda conforme a presidenta da República divulgou é importante, mas não garantirá a distribuição da riqueza e para isso os sindicatos têm papel fundamental.
Outra medida destacada é a destinação de recursos do Fundo Pré-Sal para a educação, permitindo qualificação da mão de obra e condições para um salto distributivo na renda que os trabalhadores reivindicam.
Na questão do rentismo, segundo Clemente, aproximadamente 5 mil aplicadores obtêm R$ 250 bilhões por ano com a remuneração dos títulos públicos, e nessa população os fundos de pensão também estão inseridos e terão de discutir se fazem aplicações com taxa de retorno real de 2% ou se investem em atividades produtivas com mais risco, porém mais retorno.
Redação – 6/5/2013
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Bancários de São Paulo, Osasco e região também elegeram delegados que participam do encontro nacional marcado para maio
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