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Bancários parados contra a retirada de direitos

Linha fina
Dia Nacional de Paralisação une movimentos sindical e social contra PL da Terceirização, medidas que dificultam acesso a direitos, em defesa da democracia, pelo fim do fator previdenciário
Imagem Destaque
São Paulo – Em todo o Brasil, milhares de trabalhadores das mais diversas categorias profissionais cruzaram os braços na sexta 29, Dia Nacional de Paralisação e Manifestações Rumo à Greve Geral. O motivo é o combate ao PL da Terceirização e medidas que dificultam acesso a direitos, e a defesa da democracia e do fim do fator previdenciário.

> Como o PL da Terceirização prejudica
> Desenhamos seu futuro se o PL passar

Os bancários, em São Paulo, paralisaram 117 locais de trabalho nas regiões da Avenida Paulista, centros velho e novo. Também parou o Casa 3 do Santander, na zona sul, onde a maioria dos 3,5 mil trabalhadores é terceirizada.

> Fotos: imagens do centro, Casa 3 e Paulista
> Vídeo: matéria especial produzida pela TVB

No centro, um bancário do Bradesco resumiu: “O que eles querem é restringir os direitos dos trabalhadores para ter custo menor com mão de obra. E o problema não é só no banco. Tenho projeto de fazer concurso público, mas fico me perguntando: se esse projeto passar ainda vai ter concurso público?”

> No Centro, bancários veem PL da Terceirização como ameaça

E ele tem razão. Quem mostra é um terceirizado do Santander, lotado no Casa 3. "Comecei a trabalhar por contratos de oito, nove meses. Quando acaba, para não ficar sem nada, começo outro. Nisso já se vão mais de três anos que estou sem férias, ganhando bem menos do que quando tinha emprego fixo, e ainda pulando de um setor para outro do Santander e outras empresas. Se esse projeto da terceirização passar, acho que nunca mais terei emprego decente."

> Terceirizado do Santander não sabe o que são férias

Houve paralisação também na Avenida Paulista, onde foram fechadas quatro grandes concentrações, além de dezenas de agências por toda a região.

> Concentrações na Avenida Paulista fechadas

Os bancários são uma das categorias mais prejudicadas pela terceirização. Estima-se que meio milhão de profissionais prestem serviço terceirizado ao sistema financeiro, além dos cerca de 500 mil formalmente contratados.

> Vídeo: Bancário vira terceirizado e alerta sobre retrocesso
> Vídeo: Terceirizados alertam bancários sobre redução de direitos

“Os bancos são os mais interessados na terceirização. Ganham muito com ela. Já terceirizaram uma série de serviços e poderão fazer isso com todos os outros se o PL da Terceirização passar pelo Congresso Nacional”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira (foto). “No setor financeiro, os terceirizados ganham até 70% menos, trabalham muito mais, em jornadas extensas, péssimas condições de trabalho e sem os direitos conquistados pela categoria em anos de luta. Por isso, estaremos protestando nas ruas, nas redes sociais, denunciando parlamentares que traem os trabalhadores, até que o PL da Terceirização seja definitivamente derrubado.”

Além da terceirização, o Dia Nacional de Paralisação protesta também contra a retirada de direitos prevista pelas medidas provisórias 664 e 665, o ajuste fiscal, pelo fim do fator previdenciário e a adoção da fórmula 85/95 para as aposentadorias. Além disso, os trabalhadores defendem a democracia e uma reforma política de fato, que acabe com o financiamento das campanhas eleitorais por empresas, fonte de corrupção e desvio de verbas.

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Por todo o lado - Além dos bancários de São Paulo, Osasco e Região, inúmeras outras categorias  dos mais diversos cantos do país aderiram à mobilização. Do Rio Grande do Sul até a Bahia, passando por todo o estado de São Paulo, Paraná, Fortaleza, Recife, Sergipe, dentre outros locais, há notícias de adesão à luta.

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Redação com informações da Rede Brasil Atual - 29/5/2015
(Atualizada às 18h45)
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