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Funcionários do Metrô e da CPTM suspendem greve

Linha fina
Categorias tinham paralisação marcada para dia 27. Tribunal pediu que as partes mantenham a negociação
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São Paulo – Em assembleias realizadas na noite de terça 26, os trabalhadores da Companhia do Metropolitano (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram adiar as greves marcadas para esta quarta-feira 27. As categorias resolveram aguardar o resultado das reuniões agendadas para a semana que vem, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, que está intermediando as negociações.

O TRT marcou novas reuniões para segunda-feira 1º para o Metrô e no dia seguinte para a CPTM. Se nesses encontros as propostas não evoluírem, as categorias podem decidir pela paralisação.

Em audiência de conciliação hoje pela manhã no TRT, a CPTM melhorou a proposta de reajuste salarial, de 6,65% para 7,72%, aplicável a todos os benefícios. O desembargador Wilson Fernandes pediu que a CPTM avalie aplicar mais 0,5 ponto percentual somente aos benefícios, para se aproximar do índice sugerido por ele na véspera (25), de 8,25% de reajuste.

Os ferroviários indicaram concordaram com a proposta apresentado pelo TRT nem com a forma pouco criteriosa com que foi levada à mesa. E decidiram apresentar uma contraproposta: reposição correspondente ao INPC (8,34% em 12 meses, até abril) acrescida de 1,5% de aumento real, para os salários e o Programa de Participação nos Resultados (PPR); e equiparação dos vales alimentação e refeição aos pagos pelo Metrô. Essa posição será discutida em nova audiência marcada para a terça-feira 2 no tribunal, e o resultado será avaliado em assembleias no mesmo dia.

Novo patamar - Para efetivar a equiparação como os trabalhadores do Metrô, o VA teria de ser corrigido em cerca de R$ 50 e o VR, em R$ 30. Como são três sindicatos – Ferroviários de São Paulo, da Zona Sorocabana e da Central do Brasil –, as assembleias seriam realizadas em locais diferentes. Atualmente, os ferroviários recebem R$ 600 de vale-refeição e R$ 247 de vale-alimentação.

Os metroviários reivindicam reajuste salarial de 18,64%. O Metrô ofereceu 7,21%, referente à variação acumulada do IPC-Fipe. O TRT sugeriu 8,82%, mas o Metrô não aceitou. A assembleia decidiu suspender a decretação da greve e insistir na negociação. Segundo o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, a proposta foi considerada insuficiente, mas criou um novo patamar de negociação. "Queremos avançar em vários pontos e o Metrô tem condições para isso", disse. A data-base da categoria é 1º de maio.

Ambas as categorias mantêm o indicativo de greve. Os metroviários para terça-feira 2 e os ferroviários para o dia seguinte. Os sindicatos têm contra si liminares expedidas pelo TRT, respondendo a pedido das companhias, que limitam a paralisação dos trabalhadores.

Na assembleia da quarta-feira 20 os metroviários foram surpreendidos por dois oficiais de Justiça, mandados pelo TRT, com uma liminar determinando que, caso entrassem em greve, deviam manter 100% dos trabalhadores nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 70% no restante do dia. Para a categoria, essa determinação é o mesmo que proibir a greve, pois corresponde ao funcionamento normal do Metrô.

Na sexta-feira 22, o  TRT concedeu liminar à CPTM, proibindo a liberação de catracas pelos trabalhadores e determinando um contingente mínimo em operação em caso de greve. Nos horários de pico, deve ser mantido 90% do efetivo de maquinistas e 70% das demais atividades – e 60% de todos os trabalhadores nos demais horários.


Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual - 27/5/2015
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