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Caixa lucra R$ 837,8 milhões no 1º trimestre

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Resultado denota crescimento de 31,7% em relação ao último trimestre de 2015; mesmo assim, banco cortou 3.305 postos de trabalho em 12 meses
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São Paulo – A Caixa lucrou R$ 837,8 milhões nos três primeiros meses de 2016. O resultado corresponde a uma queda de 45,9% em 12 meses. Por outro lado, se comparado ao quarto trimestre de 2015, o balanço do banco público consolida um crescimento de 31,7% no lucro.

A queda expressiva em relação ao primeiro trimestre de 2015 foi influenciada, sobretudo, pelo resultado com instrumentos financeiros derivativos, que tiveram redução nas receitas de intermediação financeira superior a R$ 7,3 bilhões, ocasionada pela grande variação na taxa de câmbio no período.

Emprego – Mesmo com 3,3 milhões de clientes a mais em 12 meses, no mesmo período a Caixa cortou 3.305 postos de trabalho. O número de estagiários e aprendizes também foi reduzido em 1.560 postos.

“A Caixa precisa urgentemente contratar. Isso não só colaboraria para a redução da sobrecarga de trabalho, como também para a melhoria do atendimento à população”, destaca o diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis.

“Para nós, a perspectiva de uma Caixa mais forte está bem longe do que hoje está sendo implementado com corte de custos e perspectivas assombrosas de privatização. A Caixa tem de ocupar cada vez mais espaço no sistema financeiro, atuando para impulsionar o crescimento do país. É necessária uma expansão para colocar em prática políticas anticíclicas com objetivo de impulsionar a economia”, acrescenta o dirigente.

O corte de postos de trabalho promovido pela Caixa torna-se ainda mais injustificável quando analisado o crescimento de 8,3%, em 12 meses, das suas receitas com tarifas. Apenas com o que fatura com tarifas, o banco público cobre 103% das suas despesas com pessoal. No primeiro trimestre de 2015, essa relação era de 95%.  

Outros dados – Enquanto as receitas de operações de crédito do banco cresceram 14,9% em 12 meses, o resultado de títulos e valores mobiliários e instrumentos financeiros derivativos teve queda de 10,8%, impactado pela variação cambial e pela estabilidade da taxa Selic no segundo semestre de 2015.

A carteira de crédito avançou 9,2% em 12 meses e alcançou saldo de R$ 684,2 bilhões, representando 21,5% do mercado, com ganho de 1,2 p.p. de participação de mercado. O crédito habitacional continuou a ser o principal destaque, com evolução de 9,8% em 12 meses e saldo de R$ 388,9 bilhões, na liderança de mercado com 66,9% de participação.

O crédito comercial a pessoas físicas e jurídicas totalizou R$ 198,1 bilhões, alta de 3% em relação a março de 2015. Destaque para o crédito consignado, que cresceu 12,1%, alcançando saldo de R$ 60,5 bilhões e 21,7% de participação de mercado, um ganho de 0.9 p.p em 12 meses.

As operações de saneamento e infraestrutura apresentaram, no trimestre, saldo de R$ 73,1 bilhões, avanço de 21,5% em 12 meses. O crescimento das operações de habitação, saneamento/infraestrutura e consignado responderam por 94,6% da evolução da carteira de crédito, o que reforça o perfil de baixo risco da Caixa.

Por fim, a taxa de inadimplência teve elevação de 0,66 p.p. em 12 meses e redução de 0,04 p.p. em 3 meses, alcançando 3,51%. A inadimplência comercial de Pessoa Jurídica teve forte elevação de 2,49 p.p. em 12 meses, passando de 4,32% para 6,81%.


Felipe Rousselet – 9/5/2016
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