Pular para o conteúdo principal

Setor de cobranças sofre com assédio no HSBC

Linha fina
Bancários da área queixam-se de humilhações e invasão de privacidade; Sindicato cobra que banco reoriente gestores e garanta ambiente de trabalho adequado
Imagem Destaque
São Paulo – A rotina dos cerca de 400 bancários do HSBC que trabalham no setor de cobranças, localizado na região de Santo Amaro, zona sul da capital paulista, não está nada fácil. Gestores abusam na hora de cobrar metas, cronometram pausas de descanso e chegam até mesmo a investigar a vida pessoal dos funcionários nas redes sociais.

De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato, quando bancários não cumprem as metas mensais são chamados para conversar com a superintendente responsável pela área, que cobra resultados humilhando com frases jocosas como, por exemplo, “vocês são donos de sauna, ganham com o suor dos outros” e “vou comprar um sax para ajudar você a tocar na Praça da Sé”.

Os bancários queixam-se também que caso ultrapassem um segundo do tempo estabelecido para as pausas de descanso, previstas pela NR 17 (10 minutos para cada 50 minutos trabalhados), são repreendidos pelo coordenador do setor na frente de todos e, em alguns casos, devem justificar por escrito o motivo do “atraso”.

Além disso, os trabalhadores afirmam que são assediados moralmente pelos supervisores, a todo o momento e por qualquer motivo, e que suas vidas pessoais são investigadas através das redes sociais.

“O banco chegou a se manifestar alegando que os bancários do setor são indisciplinados, mas constatamos justamente o contrário. Existe uma pressão muito forte, abusiva, sobre eles. Acreditamos que neste momento, no qual o HSBC está sendo adquirido por outra instituição, este tipo de ambiente não contribui em nada para que os bancários cumpram de maneira adequada suas atribuições”, critica o dirigente sindical Paulo Sobrinho.

“Precisamos que os bancários do setor denunciem qualquer postura abusiva, assediadora, através do instrumento de combate ao assédio moral do Sindicato (clique aqui). O sigilo é garantido. Assim, teremos mais subsídios para apurar as condições de trabalho na área e cobrar de forma mais efetiva que o banco reoriente os gestores responsáveis por práticas abusivas, que claramente configuram assédio moral”, conclama o dirigente.


Felipe Rousselet – 10/5/2016
seja socio