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Chapéu
2014 e 2015

São Paulo teve 52 mil vítimas de conflitos no campo em 2 anos

Linha fina
Observatório levantou 174 episódios envolvendo diversas populações do estado que é tido como o mais moderno e economicamente avançado do país
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Foto: Beto Barata / PR

São Paulo – Pelo menos 52 mil pessoas foram vítimas de conflito no meio rural de São Paulo entre 2014 e 2015, segundo relatório inédito do Observatório dos Conflitos Rurais em São Paulo, que reúne pesquisadores de diferentes universidades paulistas e militantes sociais da área de direitos humanos. Foram documentados, ao todo, 174 episódios de conflitos envolvendo diversas populações do estado, que é tido como o mais moderno e economicamente avançado no país. Leia íntegra da matéria na Rede Brasil Atual.

“O desenvolvimento levado a cabo no campo paulista acaba por criar novas formas de produção e, consequentemente, recria antigas práticas de exploração com características modernas. Temos visto isso no avanço da exploração mineral em alguns municípios e na expansão da especulação imobiliária de áreas com atrativos naturais, ambas gerando uma série de conflitos entre os representantes destes empreendimentos e as comunidades que já residiam nesses territórios”, diz um dos membros do Observatório, Gabriel Teixeira.

A pesquisa leva em conta casos noticiados pela imprensa, ocorrências registradas por órgãos públicos e situações verificadas nos locais. Os resultados serão apresentados no sábado 13, no seminário Lutas Sociais Hoje e a Questão Agrária em São Paulo, que é realizado em São Paulo, das 9h às 17h, no auditório do Sindicato (Rua São Bento, 413, Centro). 

A maioria dos casos de violência que vitimou populações do campo ocorreu em atos políticos ou manifestações, totalizando 67. Em seguida, aparecem casos que envolvem relações trabalhistas (43), ocupação de propriedades (26) e despejos (15). “(Em São Paulo,) se amplia o papel da especulação imobiliária, particularmente da construção civil, que junto com o agronegócio e com as atividades petrolíferas e do setor de mineração, impõem mais intensidade ao processo de concentração de terras”, diz texto do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A elaboração do relatório contou com o apoio do Centro de Estudos Migratórios, do Centro de Estudos Rurais (Ceres) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Fundação Rosa Luxemburgo, da Comissão Pastoral da Terra, do Serviço Pastoral dos Migrantes e do núcleo paulista da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra).

 

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