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Chapéu
Cumpra o acordo coletivo!

Bancários protestam contra abusos da direção do Santander

Linha fina
Manifestações deflagradas em diversas agências e centros administrativos do banco foram motivadas por cobranças de metas via celular particular dos empregados, falta de vigilantes almocistas nas agências e extrapolação da jornada de trabalho
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Foto: Seeb-SP

A direção executiva do Santander foi alvo de protestos dos bancários e seus sindicatos devido a uma série de abusos e desrespeitos do banco espanhol contra seus trabalhadores. As manifestações, na quarta-feira 23, ocorreram em diversas regiões do estado de São Paulo. Na capital, os atos se concentraram em agências, superintendências regionais e na diretoria de Rede - SP Capital, que controla a rede de agências da cidade.

Unidades bancárias localizadas em todas as zonas da cidade e em pontos financeiros importantes, como região central e Avenida Faria Lima, foram paralisadas para o atendimento ao público até as 11h. Material impresso explicando os motivos do protesto foi distribuído a clientes e bancários.

O ato teve três motivações: descumprimento da convenção coletiva por meio da cobrança de metas via celular particular dos empregados, falta de vigilantes almocistas nas agências e trabalho à noite nas universidades. 

“O diretor de rede SP Capital foi comunicado que as suas superintendências regionais têm obrigado os bancários a trabalharem à noite nas universidades. Também está ciente da gravidade representada pelo descumprimento da CCT, quando gestores utilizam o whatsapp dos bancários para cobrarem metas e resultados. Agora, ele e a diretoria executiva do banco devem corrigir esses abusos imediatamente. Do contrário, os protestos irão se intensificar e se espalhar por outros locais de trabalho do banco”, afirma Marcelo Gonçalves, diretor executivo do Sindicato e bancário do Santander.

Cobranças abusivas via celular particular

Funcionários denunciam que gestores do banco cobram metas por intermédio de mensagens enviadas ao celular particular. A prática é expressamente proibida pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários, ratificada por todos os bancos, inclusive o Santander.

A cláusula 37 da CCT é clara: “É vedada, ao gestor, a cobrança de cumprimento de resultados por mensagens, no telefone particular do empregado”.

“O mais grave é que o descumprimento do acordo está partindo das superintendências regionais”, afirma Marcelo.

O Sindicato recebeu denúncias da existência de grupos específicos para cobranças de venda de produtos, como planos de previdência privada, por exemplo. 


“E as cobranças são feitas durante o dia e à noite. Isso é uma clara violação da Convenção Coletiva, assinada pelo Santander. Uma prática que caracteriza assédio moral e leva aos adoecimento de bancários. Se o banco insistir com isso, as atividades vão continuar”, acrescenta o dirigente.

Falta de vigilantes nas agências

Muitas agências do Santander não contam com vigilante almocista, nome dado ao trabalhador que substitui o colega de profissão durante sua hora de almoço. A situação obriga esses trabalhadores almoçarem em horários completamente absurdos: antes das 9 horas ou após as 16 horas.

“Na Espanha, além do almoço, existe a siesta. Aqui, o banco espanhol não quer permitir sequer o almoço dos vigilantes, e onde passa um boi, passa uma boiada. Se a moda pega, os bancários também vão acabar ficando sem almoço. Parece piada, mas já houve representantes do setor patronal defendendo publicamente o fim do horário de almoço”, alerta Marcelo Gonçalves.  

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“O movimento sindical bancário não irá aceitar esse tratamento desumano contra nenhum trabalhador, independente da categoria profissional a que pertença”, afirma o dirigente.

Extrapolação da jornada de trabalho

Ainda segundo denúncias recebidas pelo Sindicato, após a jornada de trabalho muitos bancários são obrigados a perambular, durante a noite, pelas portas de universidades a fim de tentar prospectar novos clientes e vender produtos do banco.

“Uma situação completamente desrespeitosa e inaceitável. Os bancários já cumprem jornadas de trabalho extenuantes, com reuniões e cobranças diárias de metas. Jornada de trabalho e acordo coletivo existem para ser cumpridos e respeitados.”

Protesto na prefeitura

Na cidade de São Paulo, o protesto se estendeu para o prédio da Prefeitura, que abriga a Superintendência Regional São Paulo.

“Aproveitamos para pedir da autoridade máxima municipal apoio às nossas reivindicações, exigindo do banco espanhol respeito aos bancários cidadãos paulistanos”, relata Marcelo.

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