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Chapéu
Banco público

Redução de juros no BB é paliativa

Linha fina
Para Ernesto Izumi, diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, medida anunciada na última semana não resolverá problemas estruturais
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Foto: Maurício Morais / Arquivo / Seeb-SP

O Banco do Brasil anunciou, na última semana, nova redução de juros para pessoas físicas e jurídicas. Segundo reportagem do jornal O Povo, o presidente do BB, Paulo Caffarelli, explicou que o objetivo da medida é estimular a concorrência saudável no sistema bancário.

Para Ernesto Izumi (foto), diretor do Sindicato e bancário do Banco do Brasil, o governo toma medidas paliativas, que não resolvem o problema do spread bancário – diferença entre as taxas cobradas pelos bancos para emprestar dinheiro e o quanto pagam na captação desses recursos –, que continua muito alto. O dirigente vê, ainda, um viés privatista por parte da direção do BB.

“Para reduzir os juros hoje, os bancos públicos devem ter política de crédito diferente dos privados. Afinal, se forem todos iguais, a sociedade acaba não vendo diferença e acha que tem de privatizar o BB, comprando a tese dos economistas neoliberais. O banco anunciou redução de suas taxas? Ótimo! Mas ainda está muito distante do ideal”, defendeu.

Público x Privado

Ernesto afirma, também, que a concentração do setor em apenas cinco grandes bancos, no Brasil, contribui para que tais medidas paliativas do governo se mostrem ainda mais inócuas. E uma das principais causas é a falta de regulação no setor privado.

“Os bancos privados também precisam ser melhor regulados, pois mandam e desmandam, demitem funcionários e continuam lucrando nas costas da sociedade. Nenhum empresário investe, porque acham melhor ganhar na ciranda financeira do que investir na produção. Ou combatemos os juros elevados ou os juros comem o Brasil”, completou.

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