O número de desempregados no país é cada vez maior, e os bancos, as empresas que mais lucram neste cenário de recessão, deveriam criar empregos ao invés de acabar com postos de trabalho. Desde o início do ano e até o dia 13 de maio, o Itaú fechou 86 agências no Brasil – sob a justificativa de que elas eram ‘deficitárias’ – dizendo que realocaria 460 funcionários e demitiria outros 41 trabalhadores.
Em negociação com dirigentes sindicais na quinta-feira 23, o Itaú alegou que está tentando realocar a maioria dos trabalhadores, e que os não contemplados serão demitidos por “baixa performance”. O banco ainda desmentiu a informação que a parte da imprensa ventilou nas últimas semanas, que 400 agências em todo o Brasil seriam fechadas.
“Como pode um banco que lucra tanto, R$ 25,7 bilhões em 2018, fechar unidades alegando dificuldade financeira? Isso é uma vergonha, Itaú! Enquanto crescem as agências digitais, fecham as agências de rua”, ressalta a dirigente sindical Valeska Pincovai, bancária do Itaú.
“Além disso, cadê a responsabilidade social que o banco tanto propagandeia? O Itaú diz que irá realocar os bancários, mas os vigilantes e as faxineiras serão reposicionados também? Há postos de trabalho para todos?”, acrescenta a dirigente, lembrando que medidas como esta impactam em um número cada vez maior de desempregados.
Além de exigir o que o Itaú prometera, o Sindicato estará acompanhando de perto os casos dos trabalhadores, para que o banco não se livre da responsabilidade dele e, mais adiante, dispense quem foi realocado.
“Queremos garantia de que esses trabalhadores não sejam demitidos e vamos acompanhar a realocação, para que os bancários afetados não sejam prejudicados com o aumento da distância do deslocamento de casa para o trabalho. Quem for prejudicado, deve procurar o Sindicato”, enfatiza Valeska.
As denúncias à entidade podem ser feitas diretamente a um dirigente sindical (veja aqui os telefones e os endereços das regionais), clicando aqui, ou ainda pelo telefones (11) 3188-5200 e (11) 97593-7749 (WhatsApp). O sigilo do denunciante é garantido.
GT de Saúde
O encontro do dia 23 entre dirigentes sindicais e o Itaú também marcou o retorno do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde, interrompido à época da Campanha Nacional dos Bancários 2018. O primeiro tema debatido foi a cláusula 29 da CCT, que é a complementação do auxílio-doença previdenciário e o auxílio-acidentário. Os bancários reivindicam que os afastados possam pagar a dívida de forma parcelada.
Foi cobrada do banco, ainda, uma solução para os problemas na entrega dos documentos do afastamento. Os representantes dos trabalhadores exigiram também a definição de calendário para as próximas reuniões do GT.